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VÍDEO: em Iraceminha, tabaco garantiu a volta por cima

Era 1990, a situação não estava fácil no Rio Grande do Sul. A lavoura não daria os resultados necessários. Um casal corajoso, com três filhos, o mais novo com apenas cinco meses, resolve deixar a cidade de Ibirubá e mudar-se para o interior de Iraceminha, em Santa Catarina. A localidade escolhida foi Linha Santa Fé, lugar já conhecido por um familiar. A propriedade, um espaço que estava parado havia cinco anos.

A surpresa de João e Fátima Gaedicke não ficou limitada apenas ao fato de que era um ambiente diferente, de que estariam longe de seus familiares mais próximos. O casal deparou-se com uma área com muitas pedras e, por consequência, pouca capacidade produtiva. “Saímos daquele pasto alto e forte de Ibirubá para esta terra pedregosa”, relembra João. No princípio não foi fácil, não faltou dificuldade, ao mesmo tempo que sobrou obstinação.

Terreno com muitas pedras tornou desafiadores os primeiros anos dos Gaedicke
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Foi essa capacidade de acreditar que seria possível, de que as dificuldades iniciais ficariam no passado graças ao empenho e trabalho do casal e, no futuro, dos filhos, que fez com que eles continuassem no local. E deu certo. João e Fátima tinham levado algumas vacas para a nova moradia e encararam a ideia de iniciar a produção de tabaco. Chegaram a plantar a variedade Comum, mas como a maior parte dos moradores da região, acabaram no Burley.

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Para quem não tinha conhecimento mais aprofundado, a opção foi de aprendizado e encorajamento, algo que nunca faltou e se transformou em segredo para uma receita que resulta em sucesso. “Tudo o que conseguimos montar por aqui foi com a receita do tabaco”, afirma.

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Atualmente, os três filhos dos Gaedicke estão casados e vivem no meio rural. O menino que chegou com cinco meses a Iraceminha já tem 32 e, casado com Daiani, é pai do garoto Lucas, de 8 meses, garantindo a sucessão rural. A propriedade, que já teve mais de 100 mil pés de tabaco, na safra atual plantou 35 mil, consequência da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, mas também da opção pela diversificação.

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Eles continuam com as vacas leiteiras, mantêm chiqueirão com 530 cabeças em sistema integrado, plantam soja e milho. Se alguma das fontes de receita tiver problema, em decorrência do clima, por exemplo, outra consegue suprir as necessidades. A estrutura agora é repleta de implementos, que facilitam o trabalho e garantem maior dinamismo.

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Com o tabaco colhido e no galpão a secar, estão na expectativa de chuva para que a soja represente bons resultados, assim como para o milho. Ambos os grãos encontram-se na área de resteva e em espaço ampliado, multiplicando por quatro o tamanho da propriedade, com espaços arrendados.

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A sucessão que deu certo

João e Fátima não deixam de participar das atividades da propriedade. Estão envolvidos em todas as pontas, mas não limitaram a atuação do filho Joel, que optou por continuar com os pais, em outra casa, no mesmo terreno. Os outros seguiram para diferentes áreas, mas dão sequência à produção de tabaco e outras formas de diversificação.

“Tenho muito orgulho do que meus filhos estão fazendo. O Joel, o Jonas e a Franciele continuam aquilo que aprenderam com a gente, sendo que o Joel continua aqui na propriedade, já formando a família dele”, salienta o pai. Isso foi muito importante, porque eles conseguiram ver em casa que os primeiros anos na agricultura costumam ser bem difíceis, mas o trabalho acaba se ajustando e oferecendo um rendimento.

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