Santa Cruz do Sul vai comemorar neste ano os 171 anos de imigração germânica no município. O marco foi em 19 de dezembro de 1849, quando os primeiros imigrantes chegaram à antiga Alte Pikade, hoje Linha Santa Cruz. Entidades e grupos organizam-se para montar uma programação entre os dias 12 e 19 do próximo mês. Segundo o coordenador dos festejos, Paulo Afonso Trinks, as ações serão reduzidas, em respeito às restrições impostas pela pandemia. Os horários e locais das atividades ainda serão definidos.
Uma das atividades será o preparo do pão – o Brot – no forno a lenha, chamado de Backoffen. A professora de História e diretora do Museu do Colégio Mauá, Maria Luiza Rauber Schuster, explica que esse alimento era fundamental na vida dos colonos germânicos. O primeiro imigrante a colher trigo e fazer o preparo em Santa Cruz foi Augusto Wutke. “Imagina a satisfação da família ao ter o pão sobre a mesa após tantas agruras, em uma terra onde passaram fome e inúmeras dificuldades. Chegaram no verão, época difícil para o cultivo no sol quente”, destaca.
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Maria Luiza também ressalta a importância do pão de milho, que dava força e energia para o trabalho. “Era mais barato e dava saciedade. O trigo era para o dia de festa, pela maior dificuldade de obtenção da farinha”, comenta. O pão, destaca, é essencial na história da humanidade, consumido desde o Antigo Egito. “É um alimento sagrado e foi muito valorizado pelos imigrantes.”
Entre outros eventos programados estão a apresentação do coral Fröhlich Sanger, do Centro Cultural 25 de Julho; apresentação do violinista Luís Eduardo Kaufmann com a música Ode à Alegria; apresentação do tenor Eduardo Frey e da soprano Juta Frey com cantos em alemão; publicação de texto sobre imigração da professora Lissi Bender; exposição de fotos dos 100 e dos 170 anos de imigração germânica e produção de doces e bolachas natalinas por Adilson Hirsch.