Vieira da Cunha exibe meio século de arte

A comunidade artística de Santa Cruz do Sul e região chega à reta final do ano com uma atração imperdível no universo das visuais. O pintor e fotógrafo gaúcho Eduardo Vieira da Cunha inaugurou neste sábado, 6, na Casa das Artes Regina Simonis, na esquina das ruas Marechal Floriano com Júlio de Castilhos, em Santa Cruz do Sul, a exposição “Pintura e Fotografia, 50 anos de pesquisa”. A mostra, inédita, resgata novos e antigos trabalhos que pontuam a trajetória de cinco décadas do artista.

A abertura ocorreu às 10h30. A visitação, gratuita, pode ser feita nos horários tradicionais de atendimento do local, de terças a sextas, das 10 às 17 horas; e aos sábado, das 10 às 14 horas, com eventuais horários estendidos nos dias festivos de fim de ano. A exposição pode ser visitada na Casa das Artes Regina Simonis até o dia 28 de fevereiro de 2026.

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O início da exposição é marcado por viagem imaginária, com obras que remetem a um itinerário, trânsito e passagem, usando meios de transporte como elemento onipresente: carros, aviões e trens. O percurso iconográfico vai do litoral gaúcho à efervescente Nova York, resgatando projetos de pinturas e esboços que ilustraram a coluna “Diário da Corte”, de Paulo Francis, publicadas entre 1990 e 1997 em Zero Hora. NY é retratada em sua dualidade, ora como “firmamento, uma galáxia, um céu radiante”, ora como “um inferno”, refletindo os textos irreverentes de Francis.

Nascido em Porto Alegre em 1956, Eduardo Vieira da Cunha iniciou sua carreira nas artes em 1974 no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde se tornou professor titular, lecionando por 40 anos até se aposentar no ano passado. Como fotógrafo, trabalhou no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na Companhia Jornalística Caldas Jr. e por 12 anos na Sucursal Sul do jornal O Globo, do Rio de Janeiro. A exposição em Santa Cruz conta com dezenas de fotos dessa fase, que documentam acontecimentos políticos e sociais do Brasil entre os anos 1970 e 1990.

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A incursão na pintura se deu durante o mestrado na Universidade de Nova York em 1987. Inicialmente desenhista e fotógrafo, aprendeu a pintar com o amigo e conterrâneo Fernando Baril, também radicado em NY. Seus temas abordavam o deslocamento e a viagem, recolhendo “Sonhos, fotos, papéis soltos, objetos, mapas, planos, desenhos e pinturas que ajudam a recompor o itinerário de uma viagem produtiva, ociosa positivamente”.

O artista tem doutorado pela Sorbonne, em Paris, onde realizou exposições individuais na Galeria Debret da Embaixada Brasileira da França e na Galeria Leonardo. Filho mais moço de Liberato Salzano Vieira da Cunha (ex-prefeito de Cachoeira do Sul e secretário da Educação do Estado), Eduardo vive e trabalha em Porto Alegre. É casado com a arquiteta e professora da Ufrgs Daniela Cidade, com quem tem duas filhas e duas netas que residem no Reino Unido.

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