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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Viver para amadurecer

 A falta de informação sobre a rotina dos agricultores é notória. Isso gerou uma brincadeira de que os urbanos – ou “urbanoides”, como costumo dizer – acreditam que o leite pasteurizado brota em caixinhas tetraplac e não do úbere da vaca. Meus filhos têm uma noção um pouco mais fiel à realidade, graças ao pai, que morou até os 15 anos na colônia, indo a pé para a escola por alguns quilômetros de barro ou poeira.

Sempre que posso conto aos herdeiros sobre os dias sofridos de inverno em que minha mãe ordenhava as vacas pisando sobre gelo. O frio intenso, sem os avanços tecnológicos de hoje, castiga quem vive da lida do campo. O sacrifício de milhões de famílias, sem direito a fins de semana ou feriados, é de desconhecimento geral, apesar da conectividade planetária da informação.

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 Minha filha Laura, 25 anos, passou duas semanas como voluntária em uma instituição que adota um sistema educacional de crianças alternativo. Neste período ela aprendeu a abrir covas onde semeou diversas variedades, regou a horta, colheu e aprendeu sobre compostagem. Teve oportunidade de comer bergamota no pé e acompanhar a germinação de plantas, mas teve um choque que arregalou os olhos:

– Depois de uma madrugada a zero grau, levantamos, fomos à horta e constatamos que tudo que havíamos plantado e estava começando a brotar simplesmente morreu, foi queimado pelo rigor da geada. Foi uma grande dor para todos! – lamentou.

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A experiência dos filhos foi enriquecedora porque viram na prática o que apenas ouviam de mim. Ensinou a harmonia homem–natureza. Toda a teoria que ministrei por mais de 20 anos à gurizada se consolidou da melhor maneira, por experiências reais onde eles foram personagens. A maturidade passa por estes momentos de confrontação entre a teoria e a vida como ela é.

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