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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Volta às aulas

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Nossa filha Yasmin, de 10 anos, veio alertar-nos para a necessidade de ampliar nosso estoque de máscaras. Sempre muito atenta às notícias sobre a pandemia, ela topou com uma matéria na qual uma renomada infectologista instruía a mandar as crianças para a escola com seis máscaras. O cálculo considera a necessidade de substituição frequente de cada máscara conforme uma série de períodos, a começar pelo trajeto até o colégio, passando pelo tempo das aulas e, enfim, pelo recreio.

– Além disso – acrescentou Yasmin –, é preciso ter sempre uma máscara-estepe.
– Estepe?
– Claro. Se uma delas cair no chão ou for tocada de forma errada, precisará ser trocada.

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– Aliás – acrescentou –, já que vamos comprar máscaras novas, que sejam também com estampas da moda!

Não para por aí. Yasmin observou ainda que todas as máscaras, obviamente, deverão ser religiosamente lavadas ao cabo de cada período escolar, para que a operação toda seja possível no dia seguinte. Eis o novo normal, repleto de procedimentos que exigem atenção e que, impreterivelmente, precisam ser cumpridos.

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A volta às aulas na escola das gurias aqui de casa está agendada para 8 de março e, por enquanto, as opiniões das pequenas estão divididas em relação ao ensino presencial. A preocupação da Yasmin com as máscaras denota sua vontade de retornar, em carne e osso, à escola. Ela sente saudades das profes e das coleguinhas, e argumenta que tem quase um ano de assuntos represados, a serem colocados em dia com as amigas.
– Temos muito a conversar, mesmo que à distância de um metro e meio – argumenta.

Já a caçula, Ágatha, prefere ficar no sistema online. Com a sabedoria acumulada ao longo de seus 8 anos, alega que as aulas presenciais implicam em riscos.
– E se um coleguinha esbarrar na gente sem querer? – questiona. – Ou por acaso vamos pra escola dentro de um plástico-bolha?

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Porém, conhecendo a traquinas, sei que há também um outro motivo para preferir as aulas remotas: elas proporcionam alguns minutos a mais de sono pela manhã, ao dispensar a necessidade de deslocamento à escola. Mas isso a caçula, obviamente, não admite.

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Um assunto que tem preocupado os pais – inclusive nós, aqui em casa – é a falta de perspectivas em relação à vacinação das crianças contra a Covid. Só há pouco a Universidade de Oxford começou os testes em menores de 16 anos e, mesmo que sejam aprovados, as crianças continuarão lá no final da fila. Claro que entendemos os motivos disso, todos eles embasados no rigor científico: as pesquisas e as estatísticas mostram que as crianças estão longe de serem as mais vulneráveis ao coronavírus – aliás, que bom.

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Mas não existe estatística ou relatório científico que convença um preocupado coração de pai ou mãe de que seus pimpolhos estão seguros. Principalmente diante do cenário que vem sendo observado nos últimos dias, composto por um aumento exorbitante no número de casos da doença – inclusive, entre jovens – e por um ritmo de vacinação ainda muito lento. Aliás, é hora de dar um gás na disponibilização de vacinas, a fim de atingir todos os públicos no menor tempo possível.

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Mas, enquanto isso não acontece, o jeito é ir se cuidando. Aliás, coincidentemente, o aumento de casos no Estado e a consequente bandeira preta chegaram bem no tempo da Quaresma, o período cristão de preparação para a Páscoa. Os mais antigos devem lembrar que, em tempos idos, a Quaresma era uma época de rigores: não se faziam festas e bailes, e evitavam-se as visitas e os “ajuntamentos”. Eis uma tradição que, por força da pandemia, teremos agora que recuperar, não mais a título de penitência, mas por respeito à vida e ao próximo.

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