Era por volta de 23h30 do dia 10 de abril de 2006, quando o telefone do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre, tocou. A ligação era de Santa Cruz do Sul. Naquele momento, os investigadores da Delegacia de Capturas (Decap) tomavam ciência de um crime que havia sido cometido momentos antes no município. Mas não era um delito qualquer. Às 22h45, o criminoso mais procurado do Rio Grande do Sul na época havia realizado um dos assaltos mais ousados da crônica policial gaúcha.
“Quando isso aconteceu, sabíamos que era com ele.” Ele, a quem se refere o então chefe da Decap, comissário Mauro Alves da Silva, era José Carlos dos Santos, o Seco. O candelariense de 26 anos era conhecido pelas ações ousadas, envolvendo explosivos e armamento pesado. Seu alvo preferido eram carros-fortes; no entanto, naquela noite, acompanhado de seu bando, ele arremessou um caminhão-guincho, roubado minutos antes do pátio da Santa Cruz Rodovias, na Rua São José, contra o prédio da transportadora de valores Proforte, na Rua Júlio de Castilhos. O impacto abriu um buraco na parede.