Com informações de Romar Beling/enviado especial
A 11ª Conferência das Partes para o Controle do Tabaco (COP-11) começou nesta segunda-feira, 17, em Genebra, na Suíça, marcada por restrições de acesso e dificuldades enfrentadas por lideranças e equipes técnicas para ingressar nas salas onde ocorrem as discussões.
Em meio ao cenário de tensão e incerteza sobre os rumos das políticas globais de controle do tabaco, o enviado especial da Gazeta Grupo de Comunicações, Romar Beling, entrevistou o secretário estadual de Agricultura, Edivilson Brum. Ele destacou que, enquanto o Brasil reduz gradualmente sua produção de tabaco em razão das diretrizes internacionais, outros países seguem na contramão e ampliam suas áreas cultivadas. Esse cenário, segundo Edivilson Brum, precisa ser debatido com transparência dentro da COP-11.
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Sobre as dificuldades de acesso ao evento, Edivilson Brum classificou a situação como “antidemocrática, antieconômica e antissocial”. Ele destacou que a cadeia do tabaco é uma das que mais gera renda aos pequenos produtores, justamente por isso, segundo ele, as lideranças do setor não deveriam ficar de fora das discussões. “Quase 100% dos produtores de tabaco são pequenos. Não existe outro cultivo que proporcione o mesmo bem-estar social e qualidade de vida”, afirmou.
Brum também criticou a proposta do governo federal, apresentada pela Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (Conicq), de banir o filtro do cigarro sob a justificativa ambiental. Para ele, a medida acabaria fortalecendo fábricas clandestinas e o contrabando, especialmente de produtos provenientes do Paraguai. “No Rio Grande do Sul, 40% da nossa economia vem do agro, e o tabaco é agro. Precisamos ter responsabilidade, não é desta forma que se combate o tabagismo”, enfatizou.
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O secretário explicou que não se trata de defender o tabagismo, mas sim a manutenção da cadeia produtiva e das famílias que dependem dela. “A política antitabagista inexiste. E quando existiu, foi ineficiente. Em vez de mirarem no tabagista, miraram no produtor de tabaco”, ressaltou. Brum acrescentou, ainda, que países africanos e asiáticos ampliam suas áreas plantadas, enquanto o Brasil desacelera. “Eles estão gerando emprego, renda e oportunidade, enquanto nós estamos sendo proibidos pelo próprio governo.”
Ao retornar ao Brasil, o secretário estadual de Agricultura pretende se reunir com o governador Eduardo Leite e buscar diálogo com ministérios como Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Fazenda e Saúde.
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