Abrigo no Parque da Oktober acolhe famílias e animais atingidos pelas inundações

O cenário no Pavilhão 3 do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul, revela a realidade de dezenas de famílias que precisaram deixar suas casas devido às inundações que atingem o município desde a madrugada de quarta-feira, 18. Atualmente, 150 pessoas estão acolhidas no pavilhão, 75 animais no Pavilhão 2, também no Parque da Oktober e outras 22 no ginásio da Escola Municipal José Leopoldo Rauber, no Bairro Rauber.

O abrigo funciona com o apoio da força-tarefa da Prefeitura e de voluntários, que organizam a logística de alimentação, higiene e acomodação para os desalojados. Apesar das inúmeras doações recebidas até o momento, a necessidade por alguns itens ainda é grande.

Conforme levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social e Inclusão, são necessários principalmente água potável, toalhas, roupas de cama, travesseiros, cobertas, colchões, leite (infantil e adulto), fraldas de todos os tamanhos, meias, itens de higiene pessoal (pasta e escova de dentes, papel higiênico, absorventes), além de chupetas e mamadeiras.

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Para os animais, a demanda inclui ração, herbalvet, guias, correntes, mantas, jornais, papelões, toalhas, pallets, produtos de limpeza, sacos de lixo, luvas, pregos e martelos. As doações podem ser entregues diretamente na entrada do Centro de Eventos do Parque da Oktoberfest, de onde são encaminhadas aos abrigos e pontos de apoio.

Relatos de quem precisou deixar tudo para trás

Entre as famílias que estão no abrigo está a de Joice Couto de Moura, moradora do Bairro Navegantes. Ela e os quatro filhos buscaram refúgio no local depois que a água invadiu todos os cômodos da casa.

 “A água entrou em tudo. Na parte do quarto das minhas filhas, o volume foi ainda maior. A gente já tinha passado pela cheia do ano passado, que foi terrível, e agora, de novo. É muito triste. Dá um desespero, a gente não sabe o que fazer. A gente até culpa Deus, mas não é Deus o culpado, né? Então, a gente tem que pedir muito para Ele ajudar a gente”, relata, emocionada.

Sem emprego formal, Joice conta que a renda da família vem do trabalho informal do marido e do auxílio que ela recebe. “Meu marido trabalha, mas não é de carteira assinada. Eu tenho meu Bolsa Família, e, às vezes, faço uma faxina ou outra. É assim que a gente vive. Contamos muito com doações e com a ajuda do pessoal, senão fica muito complicado”, desabafa.

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No espaço destinado aos animais, o Balu, cachorro da família de Pâmela Carvalho Machado, também recebe os cuidados necessários. Moradora do mesmo bairro, ela, o marido e os três filhos decidiram sair de casa preventivamente.

“A água ainda não entrou na casa, mas já está no pátio. A gente saiu mais por causa do cachorro e das crianças. Não sabemos se a água vai entrar ou não, então preferimos prevenir”, explica.

Sem previsão de retorno, Pâmela relata que a orientação foi permanecer no abrigo. “Por enquanto, não deram previsão nenhuma para nós. Pediram pra gente aguardar e ficar aqui. Então, provavelmente, vamos passar mais essa noite aqui ainda”, comenta.

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Como ajudar

O fluxo de doações tem sido essencial para garantir dignidade às famílias que perderam móveis, roupas e itens básicos. A Secretaria de Desenvolvimento Social reforça que todas as doações devem ser feitas no Centro de Eventos da Oktoberfest, onde uma equipe faz a triagem e destina os materiais conforme a necessidade.

Enquanto aguardam uma melhora nas condições climáticas e o escoamento da água, as famílias seguem abrigadas, com a esperança de, em breve, poderem voltar para suas casas e começar a reconstruir suas vidas.

*Colaborou João Cléber Caramez

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