Aeducação básica tem trabalhado, cada vez mais, com situações que transformam o conteúdo teórico em prática do dia a dia. Assim surgiu a moeda Real Rio Branco (RRB$), a partir de um projeto de educação ambiental/financeira da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rio Branco, de Santa Cruz do Sul. A iniciativa trabalha desde 2019 com um tema que pode passar a fazer parte do cotidiano das demais instituições: economia.
A prefeita Helena Hermany (PP) ainda não sancionou, mas foi aprovado pela Câmara o projeto do vereador Rodrigo Rabuske (PL) para a adoção de conteúdos relativos à educação financeira nas instituições municipais. O texto já havia sido apresentado em 2023, mas com rejeição. “Aprovar a educação financeira é olhar para o futuro dos nossos pequenos. Não estou pensando em 2024. Precisamos possibilitar a oportunidade de nossos jovens serem adultos alfabetizados financeiramente”, diz Rabuske.
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Escola Rio Branco
Na escola Rio Branco a educação financeira é conhecida desde 2019, quando foi reformulada a coleta de recicláveis. A ação, conta a diretora Carine Beatriz Barbian, ganhou o nome Plantando sementes de esperança. Um dos desafios foi aprovar a moeda que seria empregada para “pagar” pelo material entregue na instituição. Para cada quantidade o aluno recebe o Real Rio Branco (RRB$), que permite adquirir produtos da lojinha da instituição, como material escolar, jogos e brinquedos.
“Aliada à questão da preservação ambiental, procuramos incorporar ao projeto noções de educação financeira, uma vez que os estudantes acabam, de certo modo, ‘vendendo’ o material para a escola”, explica Carine. Ela entende que a iniciativa possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico e consciente sobre o dinheiro, tornando-os capazes de refletir e tomar decisões sobre a gestão do recurso que recebem.
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“Quanto mais material, mais dinheiro; quem poupar mais, também terá mais; e quem tiver mais dinheiro poderá comprar itens de maior valor disponíveis na ‘lojinha’ da escola”, enfatiza, ao explicar o círculo virtuoso possibilitado pelo projeto. Todos os alunos da pré-escola até o 9o ano podem participar. O material arrecadado é vendido para empresas, e o recurso obtido, revertido para novos produtos aos estudantes.
Assunto também é pauta no Senado
A administração financeira pode ser incluída nos currículos da educação básica da rede de ensino do País. É o que propõe um projeto do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para proporcionar aos estudantes a oportunidade de adquirir uma base sólida de conhecimentos financeiros na escola.
No texto do projeto (PL 5.950/2023), o senador ressalta que a educação financeira engloba uma série de habilidades e conhecimentos que são “fundamentais para o sucesso financeiro dos indivíduos” por abranger conceitos básicos como a importância de poupar, planejar e gerenciar o dinheiro de forma eficiente. Além disso, ensina sobre como tomar decisões financeiras inteligentes, como investir, fazer empréstimos e lidar com dívidas.
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“Ao ensinar educação financeira desde cedo, combateremos a falta de conhecimento e o endividamento, evitando que muitas pessoas enfrentem dificuldades financeiras simplesmente por não terem recebido uma educação adequada sobre o assunto”, defende Izalci. A proposta é incluir a educação financeira como tema transversal nos currículos da educação básica.
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“A inclusão da educação financeira como tema transversal nos currículos da é essencial para preparar os estudantes para uma vida adulta bem-sucedida e consciente financeiramente. Ao fornecer conhecimentos e habilidades financeiras desde cedo, estamos capacitando as futuras gerações a tomar decisões conscientes e informadas a respeito da administração de suas finanças”, conclui o senador.
O projeto, que ainda aguarda o recebimento de emendas, será analisado pela Comissão de Educação e Cultura em decisão terminativa. Ou seja, se aprovado sem apresentação de recursos para votação no plenário, seguirá, de acordo com a Agência Senado, direto para apreciação da Câmara dos Deputados.
Exemplos bem-sucedidos
O projeto aprovado, de acordo com Rodrigo Rabuske, assim como os que foram implantados pelo Estado e a Prefeitura de Porto Alegre, destaca a abordagem de temas como a educação financeira; noções de economia monetária, fiscal e de capitais; noções de planejamento e princípios como débito e crédito. Como justificativa para o projeto, o vereador usou o resultado do mais recente Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostra o Brasil em 17º entre 20 nações no quesito educação financeira. Estônia, Finlândia e Canadá foram as mais bem posicionadas. Pesquisa da S&P Global Financial Literacy Survey também aponta que o País tem apenas 35% de adultos alfabetizados financeiramente.
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