Agronegócio

Anuário Brasileiro do Algodão é lançado em São Paulo

O Anuário Brasileiro do Algodão 2025 foi lançado nesta semana durante o 22º Anea Cotton Gala Dinner & Golf Tournament. A publicação da Editora Gazeta reúne dados, informações e análises de dirigentes e especialistas do algodão e derivados acerca da produção, transformação, mercado e exportações da pluma brasileira. O jornalista Iuri Fardin participou do evento, realizado no Hotel Rosewood, em São Paulo.

Em 2024, o Brasil alcançou a posição de maior exportador de algodão do mundo e essa conquista histórica deverá se consolidar ainda mais, segundo Joe Nicosia, diretor geral de operações e senior head da plataforma de algodão da Louis Dreyfus Company (LDC). Nesta semana, o executivo apresentou a palestra “The Cotton Market Outlook“, durante o 22º Anea Cotton Dinner & Golf Tournament, evento promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

O encontro reuniu os principais nomes da cadeia produtiva do algodão, exportadores, representantes de entidades setoriais, líderes do agronegócio e imprensa. Na análise de Nicosia – um dos principais especialistas do setor nos Estados Unidos – a união de todo o mercado no Brasil, aliada aos investimentos em tecnologia e a adoção de boas práticas agrícolas, foi essencial para elevar a qualidade da pluma brasileira e garantir sua produção com regularidade e sustentabilidade. Como resultado, o país ultrapassou os Estados Unidos, pela primeira vez, no ranking dos países exportadores. De acordo com dados mostrados por ele, o Brasil atualmente libera o fornecimento de algodão em todos os mercados consumidores, exceto no México, e é o terceiro maior produtor global. 

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Anuário do Algodão será lançado em São Paulo nesta semana

Nicosia também abordou os desafios enfrentados pelo setor. Segundo destacou, com safras cada vez mais robustas, torna-se fundamental a união dos países produtores para divulgar as qualidades do algodão – uma fibra, renovável e biodegradável – frente às fibras sintéticas, visando aumentar o consumo da commodity em âmbito global. “Atualmente, 70% das fibras utilizadas pela indústria global são sintéticas. Precisamos trabalhar juntos para aumentar o market share do algodão”, destacou.

Dirigentes destacaram desafios e oportunidades

Após a palestra, foi realizado um debate com a participação de Joe Nicosia e de grandes nomes do mercado de algodão: Miguel Faus, da Anea; Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit); Gustavo Piccoli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa); Marcelo Duarte, diretor executivo do Cotton Brazil e Henrique Snitcovski, diretor executivo das plataformas de algodão, grãos e oleaginosas da LDC para o norte da América Latina.

Publicidade

Executivos da Anea, Abit, Abrapa e LDC interagiram e responderam às perguntas da plateia

Na ocasião, Miguel Faus destacou que uma das ações realizadas em prol do fortalecimento do algodão foi a entrada conjunta da Anea com a Abrapa, no ano passado, na Make the Label Count, coalizão que visa garantir que as alegações de sustentabilidade para têxteis na União Europeia sejam justas e confiáveis. A iniciativa representou um esforço importante, reafirmando o compromisso do Cotton Brazil – dedicado à promoção internacional da pluma brasileira – com a defesa das fibras naturais e sustentáveis.

Já Piccoli, da Abrapa, pontuou que o Brasil tem que continuar abastecendo o mercado global de algodão, mas defendeu uma articulação mais forte da cadeia têxtil nacional e internacional para avançar ainda mais. “Devemos buscar políticas públicas que incentivem o uso da fibra natural”. Snitcovski, da LDC, mediou o painel e observou que, internamente, o consumo de algodão ainda é inferior ao de outras fibras. “Queremos expandir nossa presença em outros mercados, mas também precisamos manifestar de forma vocal a qualidade da pluma brasileira internamente”.  

Fernando Pimentel, da Abit, mostrou por meio de dados que o consumo de fibras na produção têxtil deve crescer entre 2,5 e 3 milhões de toneladas por ano, o que significa que há uma importante oportunidade de avanço da pluma no consumo interno. “Ter uma indústria têxtil potente é bom também para a cotonicultura brasileira”, afirmou.  

Publicidade

O papel do algodão nos esforços mundiais de descarbonização da economia e de uma produção agropecuária mais sustentável foi contextualizado por Marcelo Duarte. “Melhoramos a qualidade e a quantidade das safras e, de 2019 para cá, entramos na primeira divisão do mercado mundial de algodão. O adversário, agora, é a fibra de origem fóssil. Precisamos fortalecer o uso do algodão como fibra natural e mais sustentável, de forma prioritária”, concluiu.

Novo presidente

O jantar de gala realizado na noite de terça-feira, 1º, não marcou somente o encerramento do 22º Anea Cotton Gala Dinner & Golf Tournament, mas também a posse do novo presidente da instituição. Depois de quatro anos, Miguel Rodes Faus encerrou seu mandato e passou o comando para Dawid Wajs, eleito para o biênio 2025-2027. Wajs tem mais de 15 anos de experiência na indústria do algodão, é ligado à LDC e já havia atuado como diretor da Anea nos últimos anos.

LEIA MAIS NOTÍCIAS DE AGRONEGÓCIO

Publicidade

Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

Share
Published by
Iuri Fardin

This website uses cookies.