Santa Cruz do Sul

Apae de Santa Cruz do Sul celebra 62 anos de existência

Em 25 de novembro de 1963, Santa Cruz do Sul recebia mais do que uma instituição: ganhava um movimento. Nascida da força e do sonho da professora Elisa Gil Borowsky, mãe de uma criança com deficiência intelectual, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Cruz celebra, na próxima terça-feira, 62 anos como uma das entidades pioneiras do Rio Grande do Sul no Movimento Apaeano. Como 21ª Apae cadastrada no Brasil, ela se consolida como um pilar essencial no atendimento e na defesa dos direitos da pessoa com deficiência intelectual e múltipla e Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Santa Cruz e região.

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A instituição, que já atendeu mais de 2 mil pessoas com deficiência, possui hoje 535 cadastros ativos de Santa Cruz, Herveiras, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz. No local, são prestados atendimentos nas áreas de assistência social, educação e saúde. Para isso, a Apae conta com um quadro de 85 profissionais contratados de diversas especialidades, além de prestadores de serviço comunitário e voluntários, e parcerias com outras instituições e empresas. A gestão administrativa e financeira é realizada pela diretoria executiva, conselho fiscal e conselho de administração, compostos por voluntários associados. Sediada entre a Avenida Independência e a Rua Carlos Trein Filho, com entrada principal pela Rua Félix Hoppe, tem mais de 2 mil metros quadrados construídos e ainda um segundo núcleo na Rua Fernando Abott, onde funciona o Centro-Dia.

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A presidente da instituição, Maribel Dockhorn, ressalta a importância da Apae para as famílias que necessitam de apoio. “Só quem vive a realidade com uma pessoa com deficiência em sua família sabe o quanto a sociedade já evoluiu sobre o acolhimento e a socialização”, afirma. “Antigamente, não existia suporte para essas famílias. As pessoas com deficiência eram mantidas em casa por rejeição, discriminação, preconceito e também por políticas públicas ineficientes que garantissem a inclusão”, ressalta. Ela relembra que, no início da década de 60, começou a se verificar no município um número crescente de crianças “excepcionais” e, em consequência, a necessidade de um atendimento escolar adequado para que pudessem desenvolver suas capacidades.

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Perspectivas e próximos passos

Em 2025, a Apae fez reformas na estrutura da recepção e do brechó e adquiriu um carro e um micro-ônibus. Para o futuro, busca construir a nova clínica de saúde, ampliando o espaço atual com mais salas de atendimento e toda a infraestrutura para receber pacientes e familiares. O projeto já está pronto, faltando a captação de recursos. Além disso, a instituição realiza os trâmites legais junto ao Estado para habilitar o CAS TEAcolhe e, assim, ampliar os atendimentos terapêuticos para pessoas com diagnóstico de TEA (autismo).

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Na próxima terça-feira, a entidade terá assembleia a partir das 18h30 para definir a gestão 2026/2028. Os associados estão convocados para escolher uma das chapas. A Apae precisa do apoio comunitário para manter e desenvolver projetos e realizar melhorias estruturais. Dessa forma, busca novos associados, que contribuam mensalmente, e também doadores esporádicos e indicações na declaração do Imposto de Renda e no Nota Fiscal Gaúcha. A instituição também promove diversos eventos ao longo do ano e vende produtos com a marca e do Brechó, que funciona na Rua Carlos Trein Filho, 86. Ajudas podem ser feitas pelo Pix (Chave 51 98600 9386 – Banrisul).

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Do sonho à realidade

A professora Elisa Gil Borowsky sonhou com uma escola especial que viria preencher a lacuna que vislumbrava. Em 1961, levou a filha Heloísa para Porto Alegre, a fim de que tivesse um atendimento escolar específico. Lá, viu o trabalho desenvolvido e prometeu a si mesma que buscaria meios para que, em Santa Cruz, as crianças também tivessem os direitos à escolarização garantidos, bem como possibilidades de crescimento e de convivência com colegas, professores, comunidade e mercado de trabalho.

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Em discurso no aniversário de 25 anos da entidade, em 1988, Elisa enfatizou a necessidade da Apae quando a idealizou. “Comecei sozinha com meu ideal e o desejo de servir famílias que, como a minha, eram oneradas pela presença de um excepcional em seu seio. Sabia eu muito bem o que eles precisavam – sabia que era necessário realizar algo. Sabia que não podia perder tempo.” Com o apoio de Nestor Odilon dos Santos Webber, que buscou parcerias dentro do Lions Club Santa Cruz do Sul – Centro, a Apae foi estruturada oficialmente e a Escola Especial nasceu.

Inicialmente com 12 alunos, funcionou, em um primeiro momento, na casa cedida pela Comunidade Católica na Rua Marechal Deodoro. Mais tarde, o prédio foi requisitado, e a Prefeitura cedeu um dos salões do Pavilhão da Festa Nacional do Fumo (Fenaf). Em 9 de agosto de 1967, a escola teve sua sede definitiva inaugurada, no endereço que ocupa até hoje.

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João Caramez

Em 2010, aceitei o convite para atuar como repórter estagiário no Portal Gaz, da Gazeta Grupo de Comunicações. Era o período de expansão do site, criado em 2009, que tornou-se referência em jornalismo online no Vale do Rio Pardo. Em 2012, no ano da formatura na graduação pela Unisc, passei a integrar a equipe do jornal impresso, a Gazeta do Sul, veículo tradicional de abrangência regional fundado em 1945. Com a necessidade de versatilidade para o exercício do jornalismo multimídia, adquiri competências em reportagem, edição, diagramação e fotografia para a produção de conteúdo em texto, áudio e vídeo. Entre as funções, fui editor de País/Mundo e repórter de Geral. Atualmente, sou repórter de Esporte e produzo conteúdo para o site Portal Gaz e jornal Gazeta do Sul. Integro a mesa de debatedores do programa 'Deixa Que Eu Chuto', da Rádio Gazeta FM 107,9, desde 2018. Em 2021, concluí uma pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios pela Ulbra.

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