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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Astor Wartchow: “’Os outros’ somos todos nós!”

Historicamente, os povos aprimoram sua organização, seu sistema de ideias e valores da vida em sociedade, suas possibilidades, expectativas e o papel social do indivíduo.

De acordo com o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), seria uma “comunidade política”, voltada para a ação, partilhando valores, costumes, uma memória comum, criando uma “comunidade de sentido”, um “sentimento de pertencimento”.

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Sentimento de pertencimento é como uma ideia ou crença que une as pessoas, expresso por símbolos e valores sociais, éticos e políticos, entre outros.

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É sentir que tal lugar também nos pertence, que vale a pena interferir na sua rotina e nos seus rumos. Orgulhosamente falando, é o que se manifesta quando alguém pergunta sobre o nosso país, a nossa cidade, o nosso povo, a nossa vida!

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É um tema instigante e interminável. Mas, provocativamente, pergunto: esse sentimento tem se mantido, está vivo e atuante? Estamos de fato zelando – povo e autoridades constituídas – pelo engrandecimento coletivo?

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Dolorosamente, percebo uma nítida e continuada degradação. São visíveis o empobrecimento socioeconômico, a decadência da educação formal, razões sociais e culturais em crescente desvalorização.

Um cenário quase ininterrupto de pouco caso, deboche, fingimento e impunidade. Mesmo as leis e seus zeladores – que regem a sociedade, que fundam, fixam e norteiam nossas ações e a vida em sociedade – restam como idealizações que não resistem à realidade objetiva.

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As sucessivas frustrações políticas e a evaporação das esperanças parecem ser uma praga nacional. Que desorganiza e contamina todo o tecido social, corroendo o sentimento de pertencimento.

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De todo modo, ainda que “à beira do abismo”, importa, por necessidade e dever, repito, importa realimentar a esperança e reconstruir a utopia, o ideal de pertencimento. Aliás, faz lembrar uma frase do teólogo e humanista holandês Erasmo de Roterdã (1466-1536):

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Uma necessidade, ainda que demore, não é menos necessária, ao contrário: só os ideais que não se consumaram ou não estejam comprometidos porque não se realizaram, seguem tendo efeito em cada nova geração como um elemento de impulso moral.”

Mas, detalhe importante, questão de responsabilidade e honestidade pessoal e intelectual: quaisquer que sejam as circunstâncias que nos atrapalham, não adianta sempre culparmos os outros. “Os outros” somos todos nós!

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