A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nessa quarta-feira, 22, em Porto Alegre, um novo pacote de medidas para movimentar cerca de 630 mil toneladas de arroz da safra 2024/25. A informação foi dada em coletiva de imprensa pelo presidente da estatal, Edegar Pretto, acompanhado de representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Os objetivos são reequilibrar os preços de mercado, escoar o excedente e garantir renda para os produtores. O investimento é de R$ 300 milhões, utilizando instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
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Atualmente, o preço pago ao agricultor no Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz, está em torno de R$ 58,00 por saca de 50 quilos. O mínimo estabelecido é de R$ 63,64 – diferença de mais de R$ 5,00 por saca. Como há variações regionais entre o preço da saca, o quantitativo pode variar para mais ou para menos, dependendo da região que buscar a oferta de subvenção.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou uma antecipação de R$ 300 milhões, que seriam destinados em 2026, para a safra atual. Conforme ele, serão R$ 200 milhões em Aquisições do Governo Federal (AGF). Outros R$ 100 milhões serão usados para subvenção, por meio do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) ou Prêmio de Escoamento ao Produtor (Pepro).
O objetivo é garantir um preço mínimo para o produtor e ajudar a escoar a produção de áreas com excedente para locais que precisam do grão. Todo esse aporte deverá envolver cerca de 600 mil toneladas de arroz, a depender do valor do prêmio de escoamento que ainda será definido. Desse recurso, 90% será destinado ao Rio Grande do Sul. As operações devem começar em, no máximo, 15 dias.
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O presidente da Federarroz, Denis Nunes, avaliou o anúncio como uma ajuda importante para o setor. “Foi uma reunião produtiva, onde mostramos a necessidade principalmente desse prêmio de escoamento, para ajudar nessa atividade e possibilitar uma melhor remuneração. E as AGFs também vêm auxiliar o produtor no sentido de estabelecer preços mínimos.”
Nesta nova etapa, serão empregados os mecanismos de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Aquisições do Governo Federal (AGF) – acionados quando o preço de mercado de um produto agrícola fica abaixo do mínimo fixado pelo governo federal.
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Outra questão abordada foi a necessidade de redução da área de plantio em razão da crise do setor. Denis Nunes estima algo em torno de 15% de área para um enxugamento de estoque.
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“Acreditamos que o produtor está convencido disso. Já temos fatos que comprovam essa tendência, o que naturalmente provoca uma redução do investimento em tecnologia, até pela dificuldade de crédito e juros altos”, ressalta.
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A Conab divulgou na semana passada o primeiro levantamento da safra de grãos do ano agrícola 2025/26. O Rio Grande do Sul continua como o maior produtor de arroz do País. No entanto, a queda no preço do grão deverá resultar em retração de 3,1% na área plantada e 10,5% na produção – estimadas, respectivamente, em 938,1 mil hectares e 7,8 milhões de toneladas.
Apesar das baixas, a expectativa é positiva para a cultura. Com reservatórios em níveis satisfatórios e previsão de alta radiação solar e dias quentes em janeiro e fevereiro, o desenvolvimento das lavouras será favorecido na floração e no enchimento de grãos.
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