Onipresente na vida das pessoas hoje em dia, quase extensão de uma das mãos (de maneira que, de duas mãos, agora quase que só resta uma para trabalhar ou até se defender), o celular chega a uma hipotética vida adulta. Foi em 1973 que um primeiro protótipo de telefone móvel surgiu; serão 50 anos em 2023. Modelos um pouco mais avançados, ainda assim nem de perto assemelhados aos de tela líquida, são da década de 1990, quando ainda pareciam um radiotransmissor, com antena e tudo.
O celular evoluiu de tal modo, e para tantas direções, que um livro recém-lançado coloca o dedo (literalmente) numa ferida séria e que pode avançar para infecção gravíssima em sociedade. Celular: democrático ou autoritário? é o título-pergunta da obra assinada pela jornalista Neuza Sanches, lançamento da Contexto, com 128 páginas, a R$ 35,00.
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A constatação é óbvia: estamos (boa parte de nós) de tal modo viciados, abduzidos, por essa telinha que, a depender do uso que dela fazemos, vira uma arma. E essa arma tanto defende a democracia quanto ajuda a implodi-la, ao bel-prazer dos interesses do emissário de ocasião. Até que ponto existe estrutura ou fôlego para policiar tudo o que circula nessa rede, e até que ponto o controle ou o monitoramento mais persegue o cidadão do que lhe lega real liberdade de escolha, isso é o que a sociedade descobrirá, de um jeito ou de outro. Quando descobrir, se a resposta não lhe agradar, talvez seja até tarde demais para desligar o aparelho e (tentar) ficar fora de área.
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