Comitiva par5ticipou de reunião com o embaixador Tovar Nunes
A partir de Genebra, na Suíça, onde acontece a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP-11), a Gazeta acompanhou a nova reunião realizada com o embaixador do Brasil no país europeu, Tovar Nunes. Em uma manhã que começou gelada, com a temperatura chegando a dois graus negativos e geada formada nos canteiros, a comitiva de representantes da cadeia produtiva do tabaco, formada por lideranças, autoridades e políticos do Sul do Brasil, se deslocou até um dos espaços da Embaixada Brasileira para o briefing com o diplomata.
O encontro havia sido acertado na terça-feira, 18, em conversa prévia, quando o embaixador se comprometeu a receber o grupo. A reunião se estendeu das 9 às 11 horas do horário local (das 5 às 7 horas no Brasil). O encontro começou com o embaixador acolhendo, especialmente, uma solicitação dos seis deputados federais brasileiros que acompanham a comitiva, representantes do ambiente de produção e comercialização do tabaco no Sul do país.
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Na ocasião anterior, os parlamentares haviam manifestado a necessidade de obter alguma informação sobre o posicionamento do Brasil na COP-11, já que a comitiva não tem acesso direto à delegação oficial. O embaixador atendeu ao pedido, mas reconheceu, durante a reunião, que foi questionado por ter admitido realizar esse encontro, uma vez que há orientação para que a comitiva não receba informações internas da conferência.
Tovar Nunes recordou que, ainda na metade do ano, recebeu uma delegação ligada à produção de tabaco, entre eles a Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), representada na ocasião pelo presidente e prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, que também integra a comitiva atual. Naquele encontro prévio, Nunes havia se comprometido a manter reuniões durante a COP, compromisso que decidiu honrar mesmo após a Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro (Conicq) emitir uma recomendação contrária.
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A primeira reunião ocorreu nesta manhã; outra está marcada para esta quinta-feira, 20. O encontro foi, a princípio, cordial. O embaixador expôs como o Brasil vem conduzindo suas posições dentro da COP-11. Entre os temas abordados, mencionou o debate sobre ações voltadas à diversificação da produção e eventuais programas para produtores que desejem deixar o cultivo do tabaco. Reforçou que tudo o que parte da conferência são orientações e recomendações, mas não determinações. Cada país mantém soberania para acatar ou não, conforme sua realidade.
Nunes também destacou que o Brasil, sendo um dos maiores produtores mundiais, vive uma realidade distinta da de muitos dos 192 países signatários, alguns dos quais sequer têm condições de plantar um pé de tabaco. Por isso, afirmou que opiniões de países sem produção não podem interferir na realidade de nações em que o tabaco representa importante fonte econômica.
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Outro tema debatido diz respeito ao possível fim do filtro do cigarro convencional, defendido por alguns setores sob argumento ambiental, já que a bituca seria um resíduo plástico descartado em qualquer lugar. A comitiva, porém, destacou que o filtro no Brasil não é mais feito de plástico, mas de acetato de celulose, um material biodegradável derivado do eucalipto, o que colocaria o país à frente neste quesito.
Durante a reunião, surgiu a informação de que a proposta de discutir a abolição do filtro teria partido do próprio Brasil, via Conicq. Esse ponto gerou desconforto, já que não havia confirmação consolidada e, a partir dali, ocorreram algumas manifestações mais exaltadas por parte de integrantes da comitiva.
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A primeira conversa foi encerrada em clima diplomático, como se espera dentro de uma embaixada. O embaixador precisou se ausentar um pouco mais cedo devido a outro compromisso, e o encontro seguiu por alguns minutos sob condução do chanceler Igor Batista, chefe da divisão de saúde global da Conicq, que já havia acompanhado parte da reunião na véspera. Ficou acertado que uma nova conversa ocorrerá na quinta, no mesmo horário.
Enquanto isso, lideranças do setor seguem em agendas paralelas, articulando contatos e acompanhando discussões envolvendo a Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA). Já a Gazeta segue circulando pelos bastidores para reportar tudo o que acontece. A partir de quinta-feira começam as discussões mais deliberativas da COP-11, que devem indicar as recomendações finais. O evento se encerra no sábado e, até lá, a expectativa é de maior clareza sobre os encaminhamentos.
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