Santa Cruz do Sul

Duplicação da BR-471 começou sem autorização do Dnit, alega Sérgio Moraes

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na manhã desta quinta-feira, 10, o prefeito de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes, reiterou seu desejo de devolver o trecho municipalizado da BR-471 ao governo federal. Segundo o chefe do Executivo, já foram realizadas duas conversas com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que aceitou a devolução. “Já está definido”, adiantou Moraes.

O prefeito revelou, contudo, que foi informado pelo Dnit de que as obras no local foram iniciadas sem a autorização do órgão federal. O trabalho começou em março de 2023, ainda na gestão de Helena Hermany, e foi paralisado em novembro. “Isso arrepiou o nosso cabelo. Eles [gestão municipal anterior] encaminharam o projeto, não esperaram pela aprovação, e o Dnit fala que as obras não estão de acordo com as regras deles”, apontou.

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O Dnit foi procurado pela reportagem para confirmar se procedem as alegações de Sérgio Moraes, no entanto não houve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Atualmente, já está em andamento a obra no trecho que vai da RSC-287 até o entroncamento com a Rua Padre Darup. A ideia da Prefeitura é terminar a parte que já foi iniciada. Para isso, Moraes confirmou que será feita uma nova licitação do trecho, destacando que fará o processo com transparência. Sobre o processo anterior, que teve como vencedor a empresa PAP Construtora e Incorporadora Ltda, mais tarde investigada pela Operação Controle, o prefeito disse que se tratava de uma licitação “apodrecida”.

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Moraes relatou que o órgão federal chegou a falar em “desmanchar as obras”, decisão da qual ele discorda e vai “brigar eternamente para que o Dnit não faça isso”. Após a devolução ser concretizada, a etapa seguinte será a busca de recursos a nível federal para dar andamento nos trabalhos de restauração da pista e sinalização, o que foi calculado pelo Poder Público Municipal em um custo de R$ 60 milhões.

Já a duplicação em si, segundo o prefeito, custaria R$ 2,5 bilhões. “Como que a população vai pagar uma obra desse custo, desse tamanho? Não, nós temos que deixar isso para quem tem dinheiro e muito mais dinheiro que o governo federal”, defendeu.

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Reunião abordará o futuro da BR-471

Durante a entrevista, Moraes comentou que no próximo dia 24 será feita uma reunião para discutir o futuro das obras na BR-471. O momento contará com a participação da Prefeitura, vereadores, promotor de Justiça e comerciantes do entorno da rodovia. Segundo o prefeito, a ideia é esclarecer para a população como está o andamento. “A 471 é um drama que atacou violentamente o outro governo e que tem atrapalhado um pouquinho nós e principalmente quem vive ali. Mas nós vamos resolver”, reforçou.

O que já foi feito na BR-471?

O primeiro trecho das obras havia sido inicialmente dividido em dois lotes. O primeiro, que compreendia o trecho entre a RSC-287 e a nova rótula da Unisc, já teve 27,1% dos trabalhos concluídos. Contudo, a obra foi paralisada logo que a Operação Controle foi desencadeada, em novembro de 2023. Isso porque a empresa responsável, a PAP Construtora e Incorporadora Ltda, estava entre as investigadas. O investimento previsto para o trecho era de R$ 17 milhões.

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Já o segundo lote, entre a Rua Samuel Pinto Cortez e a Padre Darup, teve 67,22% das intervenções executadas. Mesmo que a empresa responsável por essa parte, a santa-cruzense Avantte Engenharia e Participações Ltda, não estivesse citada nos processos da Operação Controle, a obra foi paralisada por orientação da Procuradoria-Geral do Município em janeiro do ano passado. No trecho, o investimento superava os R$ 12 milhões.

Ambos os lotes faziam parte do primeiro trecho a ser duplicado. O segundo, com extensão de cerca de três quilômetros, compreende a região entre o trevo do Bom Jesus e a ponte próxima ao Hospitalzinho, entre os bairros Faxinal Menino Deus e Santa Vitória. O terceiro sai dessa ponte e segue até o fim do trecho urbano, no Distrito Industrial. Já o quarto e que seria o último a ser contemplado vai do entroncamento com a Rua Coronel Oscar Jost até o trevo do Bom Jesus. Ao todo, são cerca de nove quilômetros.

Confira a entrevista completa:

https://api.soundcloud.com/tracks/2075420176

Colaboraram Carina Weber, Lucas Malheiros e Marcio Souza

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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