Economista apresentou a situação econômica nos cenários mundial e nacional. Fotos: Rodrigo Assmann
O Brasil conseguiu superar desafios recentes, como a queda do crescimento mundial em decorrência da pandemia do coronavírus, e tem mantido desempenho positivo em função de importantes reformas feitas no País. A afirmação é da economista-chefe do sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Patrícia Palermo, em palestra na última edição do ano da reunião-almoço Tá na Hora, realizada nessa quinta-feira, 11, no restaurante do Hotel Águas Claras.
Ela apontou a pandemia como divisor de águas na economia, por ter criado um redesenho no entendimento comercial, com maior protecionismo. Além disso, demandou ações primeiro para o reequilíbrio e depois para a retomada do crescimento. Até 2019, por exemplo, a média era de 3,7% ao ano no mundo, baixando para 3,2% em 2025 e 3,1% em 2026. No ano atual, o Brasil deve crescer 2,2%, com perspectiva de que fique em 1,7% em 2026.
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Apesar da desaceleração, o País ainda continua com desempenho positivo – e isso é apontado por Patrícia como consequência de ações como as reformas da Previdência e trabalhista. Também é considerada positiva a mudança na área tributária, que passa a valer, em ano teste, em 2026. “É uma forma mais simplificada, que serve como atrativo, pois o nosso regime tributário é muito complexo”, avaliou.
Além do cenário nacional, que tem forte interferência das ações governamentais – e no próximo ano, em especial, do fato de ser um período eleitoral –, a palestrante trouxe dois apontamentos que devem ser levados em consideração pelos empreendedores. O primeiro é o modelo mundial atual, permeado por uma série de pontos de tensão geopolítica. O segundo é a forma como os gestores das empresas definem suas ações, superando as intervenções externas.
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Quanto à eleição, Patrícia acredita que uma série de ações preventivas tem sido adotadas para garantir a manutenção do crescimento ou, pelo menos, que ele seja continuado. Do 1,7% esperado de evolução em 2026, 0,7 ponto percentual refere-se às ações implementadas pelo governo. Outras medidas, no entanto, deveriam fazer parte desse grupo de atitudes – no entendimento dela –, como a redução dos gastos públicos e de ações consideradas populistas.
A economista citou a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Isso fará, explicou, que apenas 14% dos brasileiros paguem o tributo. Segundo ela, a situação inviabiliza qualquer compensação, pois ela vem do setor que costuma manter os resultados brasileiros: o agronegócio.
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A série de supersafras fez com que o Brasil deixasse de elevar o preço das commodities. O produto nacional tem preço menor e atrai a atenção do mundo. No próximo ano, porém, há expectativa de que os números do agronegócio não sejam superiores, o que justifica um desempenho mais moderado.
Essa evolução menor também é consequência da alta taxa de juros, que foi mantida em 15% ao ano, em decisão anunciada pelo Comitê da Política Monetária (Copom) na quarta-feira. A expectativa, aposta Patrícia, é de que termine 2026 em 12%.
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A inflação tem se mantido controlada, segundo a economista, com indício de queda em relação ao que havia sido projetado no início do ano. É a consequência da alta taxa de juros – Selic a 15% e juro real em torno de 12% – e questões como a taxa cambial. O dólar teve um revés no mundo e perdeu força diante do real. No fim do último ano, passou dos R$ 6,20, com expectativa de alta. Em dezembro já havia baixado a R$ 5,30, com variação para cima, na semana anterior, diante de anúncios sobre eventuais candidaturas na eleição de 2026.
Os brasileiros não sentem tanto essa inflação mais tímida porque aquela referente aos alimentos, que envolve toda a população, teve aumento expressivo. Desde 2020, o índice oficial acumula alta de 38,2%, enquanto nos supermercados, no mesmo período, somou 58,2%.
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Outro indicador a ser observado é o da ocupação. O País vive um dos melhores momentos, com apenas 5,4% de taxa de desocupação. No Rio Grande do Sul é ainda mais baixa – 4,3%. É importante destacar, segundo Patrícia Palermo, que se trata do levantamento de quem está desempregado, mas à procura de uma vaga. Será preciso, reforça, criar mecanismos para incentivar aqueles que, mesmo parados, não procuram emprego. “Da forma como está, a rotatividade torna-se grande e uma empresa perde um trabalhador por R$ 50,00 a mais no salário. Isso gera pressão e custos nas empresas”, alertou.
O presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Ário Sabbi, destacou em seu discurso na reunião-almoço o fato de ser a última edição do ano e seu mandato à frente da entidade. “É o fim de um ciclo, de um momento desafiador, mas terminamos com a sensação de dever cumprido”, ressaltou.
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Segundo Sabbi, quando foi convidado a integrar a chapa e voltar ao comando da ACI, a associação apresentava dificuldades financeiras, com passivo alto e problemas ligados à instalação física na sede, que fica na Rua Venâncio Aires. “Terminamos com as contas saneadas e perspectivas de futuro para a gestão que vai começar no início de janeiro, com o presidente eleito Marco Borba e o vice reconduzido Tironi Paz Ortiz.”
O evento Tá na Hora tem patrocínio de Banrisul, BRDE, BAT, Gazeta Grupo de Comunicações, JTI, Philip Morris Brasil, Sicredi, Unimed, Unisc e Universal.
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