Deputado Marcus Vinícius demonstrou insatisfação com a medida
Com informações de Romar Beling/enviado especial
Em nova reunião com o embaixador brasileiro em Genebra, na Suíça, Tovar Nunes, na manhã desta quarta-feira, 19, a comitiva de representantes do setor produtivo do tabaco que viajou ao país europeu para acompanhar a 11ª Conferência das Partes (COP-11) teve um golpe duro. Isso porque, durante o encontro que atualizou a delegação sobre as tratativas em andamento no evento, ele e o chefe da divisão de saúde global da Conicq, Igor Barbosa, afirmaram que o governo federal deliberou pelo fim da fabricação de cigarros com filtro.
A medida, que já causava preocupação à representação da cadeia produtiva desde antes da sua confirmação, provocou reações na comitiva. O deputado estadual Marcus Vinícius (PP), à Gazeta, comentou que o grupo já sabia que esta COP seria muito mais dura, mas não esperava que seriam “tão mal recebidos”, não tendo respondidos os pedidos encaminhados ao governo federal, ainda em outubro, para acompanhar o evento como espectadores.
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Sobre a deliberação pela proibição dos filtros de cigarros, sua reação foi enfática. “Essa é uma decisão do governo brasileiro e que foi aprovada lá em Brasília, a portas fechadas e de forma unânime. E aqui na Suíça estão tentando aprovar também a portas fechadas”, clama. Ele apontou para o perigo que isso representa à indústria, principalmente na região de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. “Se o governo proíbe a fabricação de cigarros com filtro, vão mandar as empresas embora do nosso país”, adverte. Ainda, acrescenta que a medida foi questionada até mesmo por Barbosa, ao relatar que a proposta não foi avaliada do ponto de vista econômico-social, sendo julgada apenas pelo viés sanitário.
Na análise do integrante da Conicq, a decisão visa, de certo modo, atender a um apelo internacional, levando em conta a “onda politicamente correta” que é vivida nos países da União Europeia. No entanto, para Marcus Vinícius, isso é uma demonstração de “incoerência e hipocrisia”, uma vez que, logo que desembarcaram na Suíça, no domingo, o grupo já havia se deparado com um estande de vendas de diferentes produtos à base de tabaco e nicotina.
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“No primeiro mundo, tem tudo liberado para eles. E aqui, para a América Latina, para o Brasil, nós estamos sendo tratados quase como inimputáveis, como pessoas que não têm condição de resolver a própria vida – sendo que nós somos exportadores”, argumenta o deputado estadual. “A COP, na verdade, é uma grande fantasia para atender às pressões e aos interesses internacionais, especialmente da União Europeia.”
Ainda, o parlamentar criticou a mudança de discurso do Planalto com o seu eleitorado e com a União Europeia. “O que nós precisamos é desmascarar isso, mostrar a verdade dos fatos e, talvez, na pressão política e institucional, que é o que nós estamos fazendo, desencorajar o governo brasileiro de cometer esse grande vacilo que está prestes a fazer”.
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