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ENTREVISTA: calendário do futebol deve avançar em 2021

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Feldman: próximos passos para a retomada dependem do aval do Ministério da Saúde

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Quem é fã de futebol deve ter uma virada de ano bem diferente. Com jogos entre o Natal e o Ano-Novo e também no início de janeiro do ano que vem, o Brasileirão de 2020 terá um calendário modificado por causa da longa paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus. Quem revelou esses planos foi o secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, em entrevista exclusiva ao Estadão.

A entidade ainda não sabe quando poderá reiniciar as competições, mas tem claro que só vai retomar o calendário após receber autorização do Ministério da Saúde. Segundo ele, por enquanto o trabalho é o de atualizar um protocolo de cuidados médicos, dialogar com clubes e federações estaduais e garantir que nenhuma pressão política vai apressar o retorno das atividades do futebol brasileiro.

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Entrevista

Estadão – Alguns times já voltaram aos treinos. Isso não pode representar uma vantagem competitiva lá na frente?
Walter Feldman – A volta das competições tem de ser baseada primeiramente nas condições de saúde, com as curvas controladas e com os protocolos praticados. Fizemos algo muito sensato no começo de maio ao permitir que cada federação e clube avaliasse dentro da realidade o que era possível. Pela nossa previsão, nosso calendário deve ser retomado em cima das competições estaduais para que quando comecem os torneios nacionais os clubes já tenham o preparo e o condicionamento adequados.

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Então é possível o Brasileiro terminar só em janeiro?
Sim. Eu diria que quando a gente iniciou a parada, começamos a pensar nos mecanismos de flexão que teriam de ser acrescentados ao calendário para podermos ter condições de terminar as competições. Por isso que trabalhamos com a extensão das férias dos atletas para ter a liberação do período entre Natal e Ano Novo. Seria possível fazer um calendário até 2021, e também iniciamos algo que vem sendo mantido, de diálogo com a Federação dos Atletas para termos a redução do tempo entre as partidas.

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Como tem sido feito o protocolo médico da CBF para a volta dos times aos treinos?
Fazemos atualizações quase que diárias, porque as mudanças sobre a pandemia são constantes, com o conhecimento de novos testes. Nós estamos acompanhando a evolução da epidemia. O protocolo está muito bem elaborado; participaram mais de 150 médicos do futebol, tem seis pareceres de infectologistas e epidemiologistas. Procuramos o máximo de construção técnica sobre a perspectiva do retorno.

Como tem sido a participação de infectologistas, que são os grandes especialistas no tema?
A nossa referência maior é o infectologista Sérgio Wey, que inclusive foi meu colega de faculdade. Ele deu um parecer em que relata sobre como acompanhou esse trabalho. Nós enviamos também à Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e temos um parecer do diretor técnico da SBI, que faz todas as considerações. As participações dos infectologistas e epidemiologistas têm sido fundamentais. Eles que dão a característica complementar à experiência acumulada pelos médicos de futebol. Foi uma combinação perfeita.

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Quem vai dar o aval final para liberar o futebol?
Desde o início a gente falou que não daríamos um passo sem as recomendações do Ministério da Saúde, tendo em vista que a CBF é uma instituição nacional. Mas não deixa de ser fundamental a avaliação das secretarias municipais e estaduais de saúde.

Quando voltar, só teremos jogos com portões fechados?
Eu não diria que temos isso claro. Mas em nenhuma hipótese pensamos na retomada com os portões abertos. Claro que sempre estará no horizonte pensar em jogos com torcida, distanciamento e cuidados, mas eu diria que agora é uma questão distante de ser tratada.

A CBF pretende bancar os testes de alguns times?
Nas primeiras conversas que tivemos com o Ministério de Saúde, como o futebol se tornou um exemplo importante para fazer as pessoas se distraírem, até se levantou a possibilidade de o Ministério fornecer testes. Mas isso não era possível nem adequado. Estamos agora avaliando preços, origem dos testes e qualidade. Como a Série A e a Série B têm vários clubes voltando, estão fazendo por iniciativa própria. Estamos em um momento de avaliação, de custo, de mercado, de fazer avaliação disso. Os preços são altos e a quantidade é grande.

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Algumas federações estaduais já se manifestaram a favor do retorno. Como a CBF lida com essa pressão?
Eu diria que o presidente (da CBF) Rogério Caboclo tem muita clareza sobre isso. O retorno só se dará em cima da segurança em saúde. Em nenhum momento vamos ultrapassar a linha da responsabilidade. A gente acha que isso tem de ser local. Algumas federações avançaram muito nisso, como Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. As vontades locais não interferem no plano nacional. Nossa tarefa é dar todo o apoio possível. Vamos aguardar o Ministério da Saúde para que se possa fazer o retorno. Não há pressão política fora do sistema de saúde que altere o posicionamento da CBF.

É possível fazer alguma previsão de quando o futebol voltará?
Nós estamos exatamente no pico da pandemia. E não sabemos o tamanho do platô desse pico. Temos muitos elementos positivos, como a articulação com as federações e o diálogo com os clubes. Mas a recomendação expressa que tenho do presidente Caboclo é para não dar nenhuma data ainda. Ou seja, estamos fazendo tudo correto, de forma sensata, mas ainda não falamos em prazo.

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