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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Eu, gourmet: presunto criado com mãos de vinho

O presunto – ou pernil de porco conservado – próximo ao que conhecemos hoje, surgiu há quase 9 mil anos, possivelmente a partir da domesticação dos porcos, no antigo Egito. Depois, com os romanos, a carne do animal abatido era salgada – e mais tarde defumada – e conservada desidratada, para o consumo por longos períodos. A palavra “presunto” deriva do latim “persunctu”, que significa “enxuto”.

No século 19, a produção, já mais elaborada e curada, espalhou-se pelo mundo. Eis que chegou ao Brasil e agora, a partir das mãos de Edegar Scortegagna, enólogo chefe da vinícola Luiz Argenta, de Flores da Cunha, ex-presidente da ABE (Associação Brasileira de Enologia) e também empresário e produtor do Gran Nero, temos o primeiro presunto cru da Serra Gaúcha. E nesta entrevista exclusiva para a Gazeta do Sul e blog Eu, Gourmet, esse torcedor colorado que morou alguns anos na Itália fala sobre a recém-lançada iguaria.

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>> Confira receitas, crônicas e dicas de vinhos acessando o blog Eu, gourmet.

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Fala, Baco

Desarrolhado neste final de semana que passou, o Miolo Lote 43 2018 foi motivo de elogios e reverências e tido como o melhor vinho entre os abertos no almoço entre amigos – razão de ser do vinho, ou seja, agradar a quem o bebe. Elaborado com um corte de tradicionais castas daquela vinícola – 60% Merlot e 40% Cabernet Sauvignon – e com passagem de 12 meses em barricas de carvalho francês, é um vinhaço, repleto de cor, aromas exuberantes e um paladar estruturado, complexo e que seduz no primeiro gole.

Possui coloração rubi profundo com halo violáceo. Logo ao ser servido, exala aromas de frutas vermelhas e negras em compota – ameixa, cereja, framboesa – além de tabaco, chocolate e leve tostado. Boca redonda, plena, com taninos sedosos que preenchem o paladar com muito prazer e volume. Trata-se de um vinho “nobre”, afinal, com a nova legislação brasileira, é assim que se denomina este filho de Baco com seus 15% de graduação alcoólica.

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Foi eleito o Melhor Vinho Brasileiro de 2018 na Grande Prova De Vinhos 2018. Na harmonização, suculentos assados de carnes vermelhas, carnes de caça com molhos estruturados, queijos de média cura combinam muito bem. Mesmo degustá-lo desnudo, sem comida, é um ótimo programa. Possui 15% de graduação alcoólica, e o ideal é degustá-lo em temperaturas entre 16 e 18 graus.

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E lembre-se: se beber, não dirija!

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