O 4º Encontro do Antigomobilismo Gaúcho, promovido pelo Veteran Car Club local, levou muitas pessoas ao Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul. O evento começou na sexta-feira, 4, e se estendeu até domingo, 6, e contou com a exposição de veículos antigos, entre carros e motos, além de shows de bandas de rock, mercado de pulgas e de peças, praça de alimentação e atrações infantis.
O industrial aposentado Clódio Silva, 70 anos, de Novo Hamburgo, tem uma coleção de 23 carros antigos e levou três para exposição. Um deles foi um Belair, 1957, conversível, ainda na cor original “pérola roxa” e que foi comprado zero quilômetro para importação para o Brasil. Ele conta que o carro pertencia a uma família de São Paulo e que o adquiriu há quatro anos.
O veículo tem várias premiações, dentre elas o selo do troféu Best in Show, melhor carro em exposição em Caxias do Sul e em Criciúma. Uma curiosidade é que na época da fabricação a General Motors, nos Estados Unidos, batizava seus carros com localidades importantes ou famosas da região. “Esse carro foi batizado de Belair por ser um bairro de Los Angeles, onde ficam muitos artistas de cinema e milionários americanos”, contou Silva.
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Sua paixão por carros vem da época de colégio, quando colecionava carrinhos e miniaturas. O primeiro de sua coleção foi um Fusca 1972, presente do sogro e que foi adquirido zero quilômetro pela família. A paixão é tamanha que ele comprou um caminhão cegonha para poder levar seus carros para os encontros. “Eu rodo muito com os meus carros. Rodo ali dentro de Novo Hamburgo, para encontros perto da cidade; só procuro não ir para a estrada com eles”, disse.
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Vindo de São Leopoldo, o engenheiro de produção Luciano Ost Stephens, 50 anos, trouxe para a exposição uma Ford 1946, modelo Jailbar, que adquiriu há cerca de 14 anos. Ele conta que a camionete havia pertencido a Ivo Kaempf, descendente da família que fundou o antigo Sanatório Kaempf, de Santa Cruz. Antes de adquirí-la, no entanto, a Ford 1946 havia passado por outros dois proprietários. “O seu Ivo teria vendido primeiro para um morador de Bento Gonçalves e depois uma família de Novo Hamburgo comprou”, contou. Dentre as curiosidades que ouviu sobre o veículo é que era utilizado até mesmo para levar alimentos, como aipim, que eram usados na alimentação de porcos que eram criados nas imediações do sanatório e também para transportar os galhos das árvores que eram podadas.
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Já proprietário, Stephens fez um restauro completo na Ford 1946, que levou cerca de quatro anos. A cor escolhida para tonalizar foi PPG Niles Blue Green, um azul esverdeado, que muda de cor dependendo da tonalidade da iluminação. Embora tenha outros carros antigos, ele não se considera colecionador. Todavia, fez questão de salientar a possibilidade de preservar histórias e memórias através dos carros antigos. Stephens, aliás, teve a oportunidade de localizar uma filha de Ivo Kaempf e, através dela, conseguiu agendar um encontro com o antigo proprietário da sua Ford 1946 durante a exposição deste fim de semana (foto no detalhe). Visivelmente emocionado, enquanto concedia a entrevista para a equipe da Gazeta do Sul, ele estava na expectativa por conhecer Kaempf.
No espaço do mercado das pulgas, dentre os expositores estava Matheus Santos, 29 anos, de Porto Alegre, da EMS Minis DieCast, especializada na comercialização de miniaturas em metal de carros. Acompanhado da mãe, Gislaine, ele conta que está no mercado desde 2017 e que seu negócio se originou a partir do seu hábito de colecionar carrinhos quando criança. “Ganhei minha primeira miniatura com dois anos e sempre gostei de ter Hot Wheels. Depois, por volta de 2015, comecei a colecionar de novo e me tornei colecionador profissional mesmo e foi tomando uma proporção até eu começar a comercializar”, contou, salientando que, aos 10 anos, já tinha em torno de mil miniaturas em sua coleção.
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Hoje, Matheus possui uma loja física e também faz vendas online em seu próprio site e em sites parceiros. Participa ativamente de feiras de carros antigos no Estado e em demais eventos do setor.
Ele considera que o colecionismo por miniaturas de carros é um hobbie que tem crescido mundialmente e que expandiu a partir da pandemia de Covid. Além de ser uma paixão da infância e o seu negócio na atualidade, Matheus ressalta as memórias afetivas. “Gosto de carros antigos. Sempre gostei, desde criança, e ia passear com meu pai nos eventos. Já tivemos carro antigo também. Então, isso aqui, para mim, não é só uma profissão. É a minha paixão”.
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