Na fase final de comercialização da safra, o mercado do tabaco vive um imbróglio. O motivo são os valores pagos por algumas empresas para o produto. Em dado momento, elas praticaram preço que extrapolou a tabela definida no início do ano, e tanto produto bom quanto ruim eram adquiridos pela cotação do BO1, a mais valorizada no mercado. Nos últimos dias, porém, enquanto em alguns casos segue vigorando o valor elevado, em outros ocorre maior rigor na classificação, na faixa do preço mínimo.
A situação motivou a publicação de notas das entidades relacionadas a dois segmentos da cadeia produtiva: a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). A Afubra afirmou que ocorreram reuniões entre as organizações, mas não para tratar sobre a questão dos pagamentos pelo produto e sim do andamento da comercialização. O SindiTabaco, por sua vez, reforçou que a definição dos valores é feita em negociação direta com as empresas de forma individual, sem participação do sindicato.
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O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Carlos Joel da Silva, lamenta o fato de que há variação tão grande nos valores pagos pelas indústrias ao produtor. “A Fetag sempre defendeu que a gente tem que ter uma conduta de classificação. Existe classe para isso. Quando a indústria usa essas artimanhas, uma hora compra melhor, outra compra mais baixo, acaba beneficiando uns e prejudicando outros. Isso não é certo.”
Silva defende que o ideal é haver regularidade, que permita ao agricultor saber o quanto irá ganhar. “Ele conhece o tabaco, sabe a classe que tem, mas uma hora não dão o preço na tabela, pagam menos, depois muda e acaba melhorando um pouquinho”, afirma.
Essa variação possibilita que alguns produtores tenham ganho mais elevado, que é quando a média de pagamento está maior, e outros sejam prejudicados. A situação motivou áudio do agroinfluencer da página Guerreiros da Lavoura, Aceoli Moacir Rodrigues da Rosa, o Tito. Na gravação, lamenta a queixa de produtores que venderam tabaco inicialmente a uma média diferenciada.
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Até então, as empresas vinham praticando o BO1 parelho, mudando depois para a classificação mais rigorosa, o que faz com que a média paga por toda a produção seja reduzida. “A empresa que estava com valor aquecido reduziu o preço, e o produtor que aguardou perderá dinheiro”, frisa.
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Carlos Joel da Silva destaca a falta de coerência na classificação. A situação prejudica parte dos produtores, enquanto outros são beneficiados. O agroinfluencer Tito é um exemplo. Diz que lhe foi apresentada proposta sobre o preço máximo, mas ainda não foi efetivada a comercialização. Aguarda o melhor momento para fazer a venda, mesmo que a safra esteja se aproximando de 90% do volume negociado, levando em consideração os números dos três estados do Sul, que são os maiores produtores do País.
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“Todos têm que ganhar, não só uns, é isso que nós precisamos e defendemos. Não pedimos para a empresa pagar menos, pedimos para pagar mais, mas que ela pague a safra toda num padrão”, frisa Silva. Aponta que há uma tentativa de responsabilizar as entidades.
“Não jogue as entidades contra os produtores; ao contrário, o que as entidades estão pedindo é uma sequência de compra normalizada, que aqueles produtores que vendem numa época ou na outra tenham direito de ganhar aquilo que devem ganhar.”
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