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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

FOTOS: operação que investiga organização criminosa tem desdobramentos na região

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A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), deflagrou na manhã desta terça-feira, 20, a Operação Irmandade. A ação ocorre no Rio Grande do Sul e em mais cinco Estados brasileiros, após quase dois anos de investigação. Na região, Encruzilhada do Sul é um dos municípios atingidos pela operação.

A ação conta com cerca de 330 agentes de segurança pública nos seis Estados, cumprindo 72 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, além de bloqueio/indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e imóveis, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará. Outras 19 prisões temporárias solicitadas foram indeferidas.

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A ação desta terça teve apoio do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos/GIE, Delegacia de Roubos do DEIC, Núcleo de Inteligência e GAES/Susepe, DPs de Quaraí e Encruzilhada do Sul/DPI, Draco/São Leopoldo, CORE/DPM, dentre outros Departamentos da Polícia Civil gaúcha, além das Polícias Civis de SC, PR, MS, BA e PA.
A Operação também contou com o apoio logístico do Ministério da Justiça/SEOPI. A União tem disponibilizado passagens e diárias para policiais dos estados federados em ações de combate às grandes facções criminosas.

A INVESTIGAÇÃO
Com uma análise durante dois anos de mais de dezenas de contas bancárias, locais, pessoas físicas e jurídicas, com bloqueios judiciais nos seis Estados, foi possível confirmar que alguns milhões em lucros de venda de drogas em diversas cidades gaúchas foram depositados em contas de laranjas daqui e de outros Estados. Isso como pagamento da grande distribuição feita em solo gaúcho, passando por operadores logísticos e financeiros moradores no Rio Grande do Sul.

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São robustas as provas sobre os alvos gaúchos e de outros Estados, como um indivíduo baiano, um dos principais operadores logísticos da facção paulista, preso pela Polícia Federal no Estado do Pará e cumprindo pena em presídio local. O operador baiano, hoje alvo da operação, havia sido preso em flagrante, sendo responsável por operar com aviões e mais de 500 quilos de cocaína no norte do País.

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No expediente policial também foi amplamente comprovado que a organização gaúcha passou, inclusive, a operar em outros Estados, tanto em distribuição de drogas, quanto em tráfico de armas. Ou seja, os alvos gaúchos de hoje estão trabalhando também para a grande facção nacional, além de apoio no branqueamento de capitais.

O líder baiano, para garantir remessas de drogas e armas para o grupo gaúcho, exigiu que os traficantes passassem a realizar depósitos bancários com dinheiro obtido na distribuição estadual a pessoas jurídicas e físicas indicadas por ele, sendo todos laranjas e na maioria do Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e São Paulo.

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da DRLD/Denarc, tudo era gerenciado por três grandes gerentes/operadores financeiros gaúchos, com vinculação criminosa com mais 36 pessoas físicas no Rio Grande do Sul e demais suspeitos e empresas naqueles Estados.

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Os operadores gaúchos tinham que garantir a distribuição e logística da droga pela organização nacional e depois ficavam responsáveis por pagar pelos entorpecentes via depósitos bancários em contas de pessoas físicas e jurídicas em outros Estados, mas também pela lavagem de dinheiro do lucro interno obtido pela facção gaúcha ao redistribuir no âmbito Estadual a outros grandes traficantes locais.

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Do total de 47 investigados entre pessoas físicas e jurídicas, e 72 locais alvos de mandados de busca e apreensão, dois ficam em Foz do Iguaçu, um em Colombo, um no Pará, um em Porto Seguro, além de empresas naquele Estado e também Mato Grosso do Sul, Campo Grande e Ponta Porã. Contudo, a investigação apontou que, de 2017 a 2019, dois irmãos de São Leopoldo eram os responsáveis por gerenciar a lavagem de dinheiro dos lucros da redistribuição interna e o pagamento ao núcleo nacional, envolvendo o baiano detido no Pará com o líder gaúcho desta organização, ora preso na PASC. Recentemente, este papel de gerenciamento passou para outro gaúcho, natural de Canoas/RS e que está morando em Florianópolis/SC, alvo de prisão preventiva.

Conforme Nonnenmacher, foi possível comprovar, dentro do Inquérito Policial, que houve uma movimentação de R$ 16 milhões nas contas bancárias deste último operador que agia a mando dos líderes, espraiando créditos aos demais laranjas recrutados e também fazendo com que estes fizessem pagamentos à célula nacional. Desde 2017 até o momento, a organização movimentou aproximadamente R$ 120 milhões ao ano, dentre todas as pessoas físicas e jurídicas suspeitas e minuciosamente analisadas.

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O Diretor de Investigações do Denarc, delegado Carlos Henrique Braga Wendt, ressaltou que durante a investigação da DRLD foi constatado que o grupo teve toneladas de maconha e cocaína apreendidas pelas forças de segurança pública. Ele explica, ainda, que a organização criminosa é suspeita de trazer fuzis, bem como de operadores gaúchos trabalharem vendendo armas e drogas também para outros Estados a mando da facção nacional, fatos amplamente comprovados no Inquérito.

Para a surpresa da investigação, uma das contas vinculadas à facção gaúcha como forma de lavagem de dinheiro pertence a um menino de apenas sete anos de idade e que reside em Santa Maria, na Região Central, além de financiamento de grandes roubos a assaltantes gaúchos.

Para dificultar o rastreamento, as contas das pessoas físicas e jurídicas criadas eram abertas e fechadas constantemente, em curto espaço de tempo, e sempre eram transacionadas pequenas quantias, separadamente, mediante depósitos e saques, em um emaranhado complexo de troca sistemática de operadores, para não chamar a atenção das autoridades, mas de grande volume global.

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Os grupos também abriram empresas de fachada em outros Estados, mas um dos motivos foi pelo fato de que pudessem usar vários veículos e dinheiro em espécie, a maioria de luxo e todos em nome de laranjas, para uso e gozo somente por pouco tempo, para evitar ações policiais.

Apesar disso, a Polícia Civil conseguiu identificar e indisponibilizar 21 carros e dois imóveis em Novo Hamburgo, avaliados em cerca de R$ 3,5 milhões, ainda pendente a contabilização dos demais ativos financeiros em bancos, bolsa de valores e criptomoedas bloqueados hoje.

O grupo estaria usando doleiros, um gaúcho, que tem mandado de busca e apreensão contra ele, e suspeitas acerca de um paranaense já investigado na Operação Lava-Jato. Também há nos Autos, indícios que os ativos estão sendo enviados para a Bolívia, Paraguai e Colômbia, além dos créditos vindos de outros Estados do Brasil para a célula gaúcha. Inclusive, foram encontradas conversas em que um Colombiano estaria comprando grande quantidade de maconha da facção nacional, via organização gaúcha.

O operador baiano, detido no Pará, e que mantém uma sociedade com o preso da PASC, foi citado recentemente pela imprensa francesa sobre as drogas que entram na Europa.

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