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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Fragmentado, disperso, apressado

Você tem, às vezes, dificuldade em manter o foco ou a concentração em determinada tarefa? Eventualmente, sente-se aborrecido com o excesso de informações rápidas – e que, com frequência, não acrescentam nada na sua vida – brotando a cada minuto do Facebook, WhatsApp, YouTube e outras mídias? Acha que há notificações demais e pouco tempo para assimilar tudo? E desconfia, vez por outra, de que as duas coisas – falta de concentração e excesso de dados captados de modo superficial – estão relacionadas?

O sociólogo norte-americano Nicholas Carr tem certeza de que sim. Em 2010, ele lançou um livro que causou polêmica na área de estudos sobre tecnologia. Publicado no Brasil com o título A geração superficial – O que a internet está fazendo com os nossos cérebros, a obra soou como resmungo cético em meio ao otimismo que costuma cercar debates sobre as “novas tendências”, sejam elas quais forem.

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Toda tecnologia tem prós e contras, e não é diferente com a internet, que facilitou o acesso ao conhecimento de forma sem precedentes. A questão, óbvio, é saber como usá-la. O autor aponta um padrão de leitura na web: fragmentado, disperso e apressado, de constante deslocamento da atenção – um “ler por cima” que vem substituir a prática mais “profunda”.

Carr não menospreza a capacidade de ler por cima; para ele, é igualmente relevante. “O que é diferente, e perturbador, é que ler por alto está se tornando o nosso modo dominante de leitura. Outrora um meio para um fim, um modo de identificar a informação para um estudo mais profundo, a varredura está se tornando um fim em si mesmo – nosso modo preferido de coletar e compreender informações de todos os tipos”. O cérebro humano acaba se ajustando a essa rotina, marcada pela dispersão.

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