Em junho passado, o número de famílias endividadas, no Brasil, subiu para 78,4%, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento considera dívidas em modalidades como cartão de crédito, cheque especial, carnês de lojas, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheques pré-datados e financiamentos de imóveis e veículos. Apesar de ser o quinto mês seguido de alta, ainda não atingiu o percentual de 78,8% de junho de 2024. A inadimplência 29,5% se mantém estável, nos últimos meses, um pouco acima do 28,8% do mês de junho de ano passado.
Existem várias causas para esse endividamento que vão desde renda insuficiente ou inexistente (caso dos desempregados), passando por taxas de juros muito altas na tomada de empréstimos, problemas pontuais até a falta de educação financeira.
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Independente do tipo de dívida e das razões porque elas existem, o fato é que muitas pessoas e famílias estão com problemas, embora, muitas vezes, não se deem conta ou demorem a perceber. A correria do dia a dia as mantém ocupadas com seus afazeres domésticos, profissionais, sociais, religiosos, não sobrando tempo ou espaço para parar e ver o que está acontecendo. Até que a falta de cuidado com as finanças vem à tona e o problema com dinheiro – ou a falta dele – já se transformou em tsunami financeiro.
O que se segue é um show de baixarias. Ao invés de se sentarem e iniciarem um diálogo adulto para examinarem as contas e ver o que poderiam fazer para achar uma solução, o casal e as pessoas do entorno partem para a agressividade, em que cada um tenta empurrar para o outro a razão ou a responsabilidade de tamanho estrago. Incapazes de agir como duas pessoas interessadas em examinar a situação com tranquilidade, escolhem o caminho mais fácil: jogar a culpa de tudo nos ombros uns dos outros. Podem ser os hábitos de consumo exagerados da mulher, as despesas com o carro do marido ou os desperdícios com eletrônicos dos filhos. Enfim, a troca de “elogios” pode ser inesgotável.
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É difícil iniciar uma conversa para resolver um problema financeiro ou outro qualquer se o assunto só veio à torna quando se tornou um problema gigantesco. As pessoas evitam falar sobre dinheiro para não haver brigas em família e só acabam revelando que estão endividadas quando a situação se torna insustentável ou não é mais possível escondê-la.
Segundo a economista Marcela Kawauti, do SPC Brasil, há sintomas claros da desorganização das finanças numa família, dentre os quais ela relaciona:
O SPC Brasil preparou um teste de 12 perguntas para avaliar como a família está lidando com o dinheiro. Para cada uma das questões, cabe responder (A) SIM, (B) ÀS VEZES ou (C) NÃO:
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O maior número de respostas “A” significa que a pessoa ou a família estão conduzindo bem suas finanças. Já uma maior quantidade de “C” requer um exame mais detalhado para saber o que está faltando na administração financeira ou o que pode ser melhorado.
É fato que a maioria da população não recebeu educação financeira, em casa ou na escola. Isso faz com que boa parcela das pessoas acabe não sabendo administrar bem seus recursos pessoais ou familiares. Mas, existe solução. Começar com uma reunião de todos os integrantes da família, incluídas as crianças e outras pessoas do núcleo. Sem cobranças, falar sobre a situação atual e objetivos do que se quer alcançar. Em seguida, traçar um planejamento financeiro em que poderão rever gastos diminuindo, substituindo ou eliminando itens. Parece simples, mas, além de conhecimentos básicos de educação financeira, é necessário ter força de vontade, comprometimento e disciplina de todos os envolvidos.
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