Desde o século 5, o Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim, é comemorado na Europa e nos Estados Unidos, no dia 14 de fevereiro, a partir de lendas e histórias difíceis de serem investigadas e comprovadas. No Brasil, a data especial só chegou no fim da década de 1940, em data diferente e por motivo nada romântico.
Em 1949, visando esquentar as vendas do mês de junho, consideradas as mais fracas do ano, comerciantes paulistas criaram o primeiro Dia dos Namorados, no Brasil. O dia 12 de junho foi escolhido por ser véspera do dia de Santo Antônio – o santo casamenteiro, celebrado em 13 de junho.
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Hoje, é um dos maiores eventos de apelo comercial. São lojas de tudo que é espécie, floriculturas, restaurantes, clubes, comunidades, sites, motéis… enfim, todos interessados em transformar o Dia dos Namorados num momento inesquecível. É a dinâmica da economia de consumo que, em cada dia especial, desafia a criatividade, gerando mais rendas, lucros, impostos e – por que não? – mais momentos de felicidade.
O tempo de namoro é um dos melhores períodos para os casais apaixonados. Embora seja só namoro, as baladas, os restaurantes, o cinema e as viagens custam dinheiro. Tudo bem que, nos primeiros tempos, o homem assumir e pagar essas despesas. Afinal, existe uma tradição e uma questão psicológica por trás desse comportamento. Mas, depois que a relação fica mais séria, também é hora de deixar para trás esse costume.
O mundo já não é mais o mesmo e os relacionamentos mudaram bastante. Isso quer dizer que a figura do homem não é mais daquele que paga tudo, sempre. Não faz bem para o casal se só um dos dois, que pode ser a mulher também, paga todas as contas, mesmo porque a pessoa ficará sobrecarregada e o namoro pode ser visto como uma fonte de despesas e até ser repensado. A mulher conquistou seu espaço, entrou no mercado de trabalho e, agora, também pode assumir uma parte na hora do pagamento das contas.
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Um bom relacionamento é construído com transparência e honestidade. Isso não vale só para as coisas do coração; nas questões do dinheiro, também. O autor Thomas J. Stanley conta em seu livro A Mente Milionária a história de um desses milionários que venceram na vida e que justificou o rompimento de um relacionamento de mais de sete anos porque descobriu que sua amada tinha, deliberadamente, ocultada uma dívida de US$ 55 mil, nela incluídos cartões de crédito, financiamento de carro e crediário em lojas.
O milionário ficou chocado porque a namorada nunca tinha mostrado qualquer sinal de que estivesse com problemas financeiros. Pelo contrário, sempre aparentava estar bem financeiramente: tinha um emprego que pagava bem, um automóvel novo e roupas de griffe Questionada, a namorada confessou que pretendia abrir o jogo sobre sua real situação financeira tão logo estivessem casados, acreditando que o amor do marido por ela não se importaria em pagar suas dívidas.
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O fato é que existem riscos financeiros no amor. Janaína Gimael, jornalista especializada em Economia, identificou situações que podem minar os relacionamentos e, em algum momento, gerar problemas:
- 1º) comprometer-se financeiramente com os desejos do outro: gastar além das possibilidades, recorrendo eventualmente até a algum empréstimo, para colocar algum silicone, usar roupas de grife, comprar um carro etc para impressionar ou chamar a atenção de alguém;
- 2º) acompanhar a vida rica do outro sem ter condições;
- 3º) fazer compras a cada briga ou a cada ausência: querer castigar o parceiro, mandando ver no cartão de crédito é muito comum para sentir-se melhor, embora a peça linda de roupa da vitrine não vá resolver o problema de relacionamento;
- 4º) não ter objetivos comuns: nem todos os objetivos serão comuns, mas os maiores ou principais, como a compra de um imóvel para morar devem ser.
Nos relacionamentos, uma das áreas que, comprovadamente, provoca mais problemas, atritos e até rompimentos é a financeira. Mulheres e homens são de planetas diferentes, não só em livros, filmes ou peças de teatro. Nas finanças, também. Além disso, a forma como as famílias de origem tratavam as questões financeiras, as primeiras experiências e o aprendizado ao longo da vida tem uma influência muito grande nas crenças pessoais sobre dinheiro de cada um . Erros e acertos podem ter ensinado muita coisa, ou não. O dinheiro não aceita desaforos.
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Mesmo assim, o namoro, em geral, ainda passa longe de questões financeiras. Uma das razões, certamente, por acreditar-se que o assunto não é nada romântico e o que importa, mesmo, é o amor que um sente pelo outro. Entretanto, se serve de alerta, quando questões financeiras são postas à mesa, principalmente em namoros ou relacionamentos já de mais tempo, as coisas se revelam totalmente: as diferenças aparecem e a falta de objetivos comuns faz com que cada um comece a pegar um caminho diferente, a pensar individualmente e não mais como um só.
Assim, o Dia dos Namorados pode ser uma oportunidade especial para romper um tabu que ainda persiste: falar sobre finanças. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira, PhD em educação financeira, autor de livros sobre o assunto, além de outras atividades, propõe para esse dia especial que todos os namorados:
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- conversem sobre finanças;
- busquem educar-se financeiramente, um apoiando o outro, entendendo suas necessidades e estabelecendo prioridades;
- relacionem seus sonhos conjuntos de curto prazo (até um ano), de médio prazo (até 10 anos) e de longo prazo (mais de 10 anos);
- apurem quanto esses sonhos custam, em quanto tempo querem alcançá-los e de onde vão tirar o dinheiro para a sua realização.
Algumas decisões que tomamos ao longo da vida são fundamentais para a construção de nossa tranquilidade financeira. Poucas são tão importantes quanto a escolha de parceiros, especialmente da pessoa com a qual iremos dividir nossa vida. A personalidade de cada uma e os problemas de relacionamento podem aparecer somente na hora de lidar com o dinheiro.
Parece uma questão menor e dificilmente é discutida antes de o casal dividir o mesmo teto, quem dirá levá-la em conta. É verdade, casar ou morar juntos por dinheiro nem sempre dá certo. Mas, só por amor sempre dá? O escritor Ken Fischer diz que “casar-se por dinheiro é uma maravilha, desde que se tenha a certeza de que é com alguém que você vai tratar bem e que vai tratá-lo bem, também. O dinheiro nunca vai substituir o amor. Mas, pode ser um adendo delicioso – como crosta de açúcar em bolo”.
Então, seguindo o conselho de Liz Pullian Weston,consultora e escritora americana de finanças pessoais, “Muito menos casamentos terminariam se, no começo, as pessoas pensassem mais objetivamente sobre finanças e como iriam lidar com elas. É preciso esquecer a ideia romântica de que o amor vence tudo e passar a usar as calculadoras.”
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