Era janeiro de 1945. Naquela época, Santa Cruz do Sul passava por uma fase de importantes transformações com importantes obras de infraestrutura na área urbana. No mundo, a expectativa era pelo fim da Segunda Guerra Mundial. O Brasil se preparava para as primeiras eleições após o término da Era Vargas, também conhecido como Estado Novo.
Nesse cenário em que as tecnologias eram escassas, a vida fluía em um ritmo diferente no Vale do Rio Pardo. Mas nem por isso menos intenso. Em meio a tantas mudanças e projetando um futuro de crescimento e prosperidade, cerca de dois anos antes um grupo de cidadãos santa-cruzenses uniu-se em torno de um objetivo: possibilitar que a comunidade voltasse a ter um jornal com o noticiário sobre o que acontecia em nível local, mas também com informações relacionadas aos principais acontecimentos do Estado, País e o mundo. Era preciso também dar voz ao veículo com análises e opiniões acerca de assuntos relevantes e por vezes polêmicos.
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Com força de vontade, poucos recursos e um trabalho quase artesanal, no dia 26 de janeiro de 1945 saía às ruas a primeira edição da Gazeta de Santa Cruz. Talvez naquela ocasião os responsáveis pelo novo jornal não tivessem condições de projetar o futuro. Mas seguindo a fórmula infalível até hoje, que combina trabalho, dedicação, comprometimento e honestidade, os autores daquela edição trouxeram de volta o jornal para os santa-cruzenses, que desde 1941, quando ocorreu a extinção do tradicional Kolonie, não contavam com um veículo de comunicação impresso.
No editorial estampado na capa, a mensagem era de que a partir daquele dia voltava-se a ter um jornal no município. Nas conversas com os apoiadores e líderes da época, esses princípios eram reforçados. E entre os envolvidos na empreitada a alegria era inevitável.
O jovem Francisco José Frantz, que mais tarde tornou-se o diretor da empresa, então com 27 anos, era um dos maiores entusiastas. Ao lado de Leopoldo Morsch e Willy Carlos Fröhlich, os quais eram sócios na Sociedade Técnica Contábil (Soteca), e dos rotarianos Bruno Agnes, Arthur Carlos Kliemann, Rolph Bartholomay e Erny F. Ludwig, além de Ricardo Scherer, era fundada a Editora Santa Cruz Ltda. Para a gráfica, foi fundada a Aloísio Rech & Cia. Ltda., cujo capital era 50% do gráfico Aloísio Rech e a outra metade dividida entre os três sócios da Soteca (Froehlich, Morsch e Frantz).
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Foi Frantz que, ao ter o primeiro exemplar impresso, saiu às ruas para comemorar. Ele andou até a casa de sua irmã Annita, que ficava na esquina das atuais Marechal Floriano e Ramiro Barcelos, com o jornal em punho. A gráfica ficava na descida da Ramiro, onde hoje funciona o Sicredi. Ele queria contar para todos que o projeto dera certo e os santa-cruzenses voltariam a ler jornal.
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Mais do que ampliar sua atuação, a Gazeta também desempenhou e segue desempenhado um serviço de relevância para a sociedade regional. Por meio de suas coberturas jornalísticas, para cada momento importante na trajetória local, fosse em Santa Cruz ou qualquer parte do Brasil e também no exterior, o jornal teve seus repórteres presentes. Graças a esse trabalho que se tornou conhecido e prestigiado, a Gazeta do Sul mantém sua atividade diária sempre pautada pelos fundamentos assentados nos primeiros tempos.
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