Na última terça-feira, 28, o pesquisador, programador e crítico de cinema Marcus Mello foi agraciado com a mais prestigiosa distinção cultural da França, o grau de Chevalier da Ordre des Arts et des Lettres, honraria que reconhece a contribuição de personalidades ao desenvolvimento das artes e letras pelo mundo. Marcus Mello é funcionário de carreira da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, onde atua há quase três décadas, tendo contribuído nesse período para a criação da Sala P. F. Gastal e da Cinemateca Capitólio, e um dos editores da revista Teorema, criada em 2002, uma das publicações de cinema mais longevas e respeitadas do Brasil.
A cerimônia de entrega da medalha de Chevalier da Ordre des Arts et des Lettres a Marcus Mello aconteceu na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, instituição na qual ele atua, tendo sido seu primeiro diretor, entre os anos de 2015 e 2017. Mello recebeu a distinção das mãos da Cônsul Geral da França em São Paulo, Alexandra Mias.
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Em seu discurso de agradecimento, Marcus Mello destacou que essa condecoração por parte do governo francês é, na verdade, um reconhecimento da importância do serviço público na área da cultura: “Em 2026 completo 30 anos de atuação junto à Coordenação de Cinema da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. Ingressei no serviço público em outubro de 1996 e, nesse período, ajudei, junto com meus colegas de Secretaria, a criar a Sala P. F. Gastal e a Cinemateca Capitólio, instituição da qual fui o primeiro diretor enquanto ocupei o cargo de coordenador de cinema. Mas é importante dizer que tudo o que fiz ao longo desses anos eu não fiz sozinho, e sim com a colaboração de todos os meus colegas servidores públicos.”
Mello afirmou que a distinção simboliza também o reconhecimento do papel do Estado na promoção da cultura. “Essa condecoração que tanto me honra e emociona não reconhece somente a minha trajetória profissional de três décadas. Ela reconhece a importância do serviço público para assegurar às pessoas o amplo acesso à cultura. E essa é uma grande lição que aprendi com a França, através de suas cinematecas, museus, bibliotecas e teatros maravilhosos: a cultura é papel do Estado, e cabe a ele oferecer permanentemente uma programação cultural de qualidade, diversa e acessível a todas as pessoas. Portanto, é enquanto servidor público da área da cultura que agradeço ao governo francês por essa condecoração que hoje recebo. Meus queridos colegas e ex-colegas aqui presentes, somos todos chevaliers.”
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A Ordem das Artes e das Letras, criada em 1957, busca homenagear tanto franceses quanto estrangeiros que se destacam em suas criações artísticas ou literárias, assim como aqueles que contribuem significativamente para o desenvolvimento das artes e letras na França e no mundo (categoria na qual Marcus Mello se insere, por contribuir para a difusão da cultura francesa no Rio Grande do Sul há três décadas, a partir de seu trabalho no âmbito da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre).
Ao longo dos anos, muitos nomes ilustres já foram agraciados com a distinção, como os cineastas Akira Kurosawa, João Pedro Rodrigues e Kleber Mendonça Filho, o músico Bob Dylan, o poeta T.S. Eliot, os escritores Jorge Luis Borges, Jorge Amado, Mia Couto e Milton Hatoum, os atores Sean Connery, Meryl Streep e Tom Cruise, as cantoras Amália Rodrigues e Dalida, os artistas Cândido Portinari e Adriana Varejão, entre tantos outros.
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