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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Inabitável é o grande vencedor de 2021

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Marilene, uma mulher negra, sai de casa na periferia pernambucana, usa transporte público com um semblante apreensivo. Logo se percebe o que motiva a situação. Ela está à procura da filha Roberta, uma mulher trans, que está desaparecida. Busca amigos, demora para recorrer aos órgãos oficiais, porque sabe que faz parte de um grupo social abandonado pelo poder público: são negros, pobres, trans. Um lugar diferente, em que viver é possível, fará parte do caminho dela de forma surpreendente.

Esse é o enredo de Inabitável, o grande vencedor do 4º Festival Santa Cruz de Cinema, que entregou, na noite desta sexta-feira, 3, os troféus Tipuanas para os ganhadores das 14 categorias. A obra, dirigida por Matheus Farias e Enock Carvalho tem participado de festivais e conquistado o reconhecimento do público e avaliadores. Somente no segundo semestre de 2020 foram 18 eventos. Em fevereiro passado foi o único brasileiro na Mostra Competitiva do Festival de Sundance. Em Santa Cruz, ganhou como melhor filme, melhor direção, melhor roteiro, e júri popular auditório, que foi possível com a divulgação de um QR Code, ao fim de cada noite de exibição.

Inabitável venceu nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Júri Popular Auditório
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Entre os do Rio Grande do Sul, o destaque foi para Eu Não Sou um Robô, que levou o Tipuana como melhor filme gaúcho e melhor atriz, para a protanista e diretora Gabriela Lamas. A profissional chegou no evento santa-cruzense empolgada. “A expectativa é muito boa, porque volta a ser possível a interação com o pessoal. É um dos primeiros eventos que participo com o retorno da presença do público, que não é só on-line”, justificou.

Eu Não Sou um Robô levou a melhor nas categorias Melhor Filme Gaúcho e Melhor Atriz, com a performance de Gabriela Lamas

A Destruição do Planeta Live, que teve a direção e interpretação de Marcus Curvelo em uma abordagem sobre a inquietação existencial, pondo dúvida no personagem principal sobre fazer uma live ou dar um tiro na própria cara, levou o título como melhor direção de fotografia. A animação Stone Heart, de Humberto Rodrigues, incentivou a reflexão a partir do retrato de uma sociedade como consequência da guerra, epidemias, escassez de recursos e colapso social, o que teria transformado os seres humanos em criaturas de pedras deformadas, presas aos piores vícios. Esse projeto ganhou a Tipuana como melhor direção de arte.

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Também para uma produção carioca foi o Tipuana de melhor desenho de som. Copacabana Madureira, de Leonardo Martineli, apresentou forte crítica sobre um assunto que tem pautado a atualidade: as fake news. A obra resgata questões de pseudo notícias, como a existência do kit gay e a mamadeira com bico em formato de pênis. Ataca, também, o setor político, ironizando discursos de autoridades e até a famosa frase utilizada pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Copacabana Madureira foi o vencedor da categoria Melhor Desenho de Som

Abordando de forma nua o racismo, em que o ataque de uma professora a alunos repercute nas ações das personagens, o gaúcho Desvirtude, de Gautier Lee, conseguiu emplacar a melhor trilha sonora. Já entre as obras produzidas por equipes locais, que integram a Mostra Olhares Daqui e foram exibidas no primeiro dia do Festival Santa Cruz de Cinema, Não Há Ninguém Perto de Você levou a melhor. O trabalho conta a história de Gabriel, que recém terminou um namoro e recebe, da amiga Ana, um convite para morar na capital. “Olhares Daqui é um passo importantíssimo para nós, para ver os filmes produzidos em telão, ver a reação do público diante do teu filme em tela grande. E serve para fazermos filmes cada vez melhores, com maior qualidade técnica e narrativa”, explicou o diretor Victor Castilhos.

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