Política

Inspirada no avô Leonel Brizola, Juliana destaca que extremos prejudicam o País

A ex-deputada Juliana Brizola (PDT) tem conversado com líderes de outras legendas para eventual coligação para disputar o Palácio Piratini em 2026. Nas falas, coloca como restrição, porém, a exigência de que os parceiros sejam defensores da democracia. Esse requisito é um dos legados deixados pelo avô, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel de Moura Brizola.

Ela tem aparecido entre os melhores colocados nas pesquisas eleitorais, mantendo empate técnico com o ex-deputado Edegar Pretto (PT) e com o atual parlamentar Luciano Zucco (PL). “Fico feliz com esses resultados, porque eles vêm se consolidando com a realização da primeira, segunda, terceira, quarta pesquisas. Fizemos uma campanha que deu certo, em Porto Alegre, apesar de não termos ido para o segundo turno”, comentou na série de entrevistas com pré-candidatos ao governo gaúcho realizada no programa Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9.

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Juliana credita esse desempenho à memória de seu avô, em função dos valores que ele levava à política, como a transparência. “E não essa guerra, que não leva ninguém a lugar algum e muito menos ao desenvolvimento do Estado”, ressaltou.

A trabalhista apontou ser contrária à polarização e que essa situação tem dividido o País. “Devemos focar nos reais problemas das pessoas e não nas narrativas do ‘nós contra eles’, porque enquanto continua isso os problemas não são resolvidos”, argumenta. E quando a política deixa de atender o público, acrescenta, as pessoas perdem o interesse. “Mas a política decide o preço da passagem de ônibus, do pão, a qualidade da educação”, enfatizou.

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Além da questão da pacificação, Juliana Brizola disse entender que a educação deve ser tratada como prioridade, como forma de garantir a possibilidade de desenvolvimento. Ela defendeu sua posição ao apresentar a demanda do setor empresarial por mais mão de obra, em especial, qualificada.

Educação é bandeira histórica

Leonel Brizola teve como um dos grandes legados sua atuação em defesa da educação. Foi ele quem implantou no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro o modelo de escola Centro Integrado de Educação Pública (Ciep), que completou 40 anos em maio.

“Os Cieps não são invenção do Leonel Brizola. Ele aplicou esse modelo para dar uma educação semelhante à dos países desenvolvidos, porque aqui, crianças e jovens ficam pouco tempo na escola”, ressaltou Juliana.

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A pré-candidata relembrou que sua atuação na Assembleia Legislativa foi pautada em ações dessa área, mas reforçou a importância de que as decisões sejam tomadas com base no diálogo com as comunidades escolares. Ainda recordou da mudança do Ensino Médio, que excluiu o Espanhol das opções dos estudantes. “Nós, que somos vizinhos do Uruguai e Argentina, iríamos tirar a opção dos estudantes escolherem uma língua que economicamente é mais interessante para os gaúchos”, explicou.

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Além da educação, a equipe do PDT trabalha na captação de informações sobre as diferentes regiões gaúchas, suas potencialidades e demandas para elaborar planejamento de ações. “Temos problemas e também muitas coisas boas, que devem ser mantidas. Mas sabemos que temos questões que precisamos atacar, como a infraestrutura e a saúde, que tem problemas.”

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Juliana avaliou a herança política deixada pelo avô, como um ponto positivo, mas que gera compromisso grande com ideias. Ressaltou que tem orgulho disso, mas que é outra pessoa, é mulher e de uma geração diferente. A vinculação, no entanto, é inevitável. Na campanha para a Prefeitura de Porto Alegre, após intensas pesquisas com os eleitores, o slogan definido foi: Confia! Agora, é Brizola. “Nunca tive problema com isso. Ele é imenso! Mas, claro, tenho o meu jeito e a minha postura”, concluiu.

Nesta sexta-feira, 10, entre 9 e 11 horas, os entrevistados da série de pré-candidatos serão Evandro Augusto (Missão) e Paula Mascarenhas (PSDB).

Possíveis uniões

Ao comentar a possibilidade de coligações e formação de chapa para a disputa ao Piratini, Juliana explicou que esse é um momento de fortalecimento dos partidos, com reuniões em diferentes regiões gaúchas. “O PDT está fazendo esses encontros, sei que o Progressistas também está, o MDB e o próprio PT”, disse.

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A pré-candidata já conversou sobre o processo eleitoral com o atual governador, Eduardo Leite (PSD), o vice-governador, Gabriel Souza (MDB), com o deputado Paulo Pimenta (PT), Manuela D’Ávila (sem partido), com o Podemos, o Avante e o União Brasil. “Minha proposta é que se abra uma mesa de discussão, que se deixe algumas diferenças de lado e se enxergue onde se converge.”

A trabalhista questionou ainda eventuais uniões com quem não defende a democracia. “O PDT foi construído em cima de um exílio, em que meu avô permaneceu por 15 anos, tivemos amigos torturados, que nunca mais apareceram”, justificou.

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Marcio Souza

Jornalista, formado pela Unisinos, com MBA em Marketing, Estratégia e Inovação, pela Uninter. Completo, em 31 de dezembro de 2023, 27 anos de comunicação em rádio, jornal, revista, internet, TV e assessoria de comunicação.

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