Com ânimos exaltados, moradores se mostraram revoltados com falta de ações efetivas | Foto: Heloísa Letícia Poll
Cansados de sofrer com os alagamentos, moradores do Bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul, lotaram o Clube Giganthe na noite dessa quinta-feira, 3, para exigir ações do poder público. Secretários municipais, vereadores e demais líderes políticos puderam acompanhar os desabafos daqueles que convivem há décadas com os problemas relacionados às cheias. Além disso, os participantes questionaram as ações realizadas – e também a falta delas –, e exigiram soluções mais rápidas e efetivas.
O fiscal da Associação do Navegantes, Gilmar dos Santos, afirmou que a decisão de criar o Comitê Pró-Várzea surgiu após “muito sofrimento”, com o intuito de trazer à tona as demandas do bairro. “Só assim vamos demonstrar para a administração que não estamos aqui só para reclamar. Somos um povo ordeiro e trabalhador. Moramos em locais que adquirimos com o suor dos nossos rostos. De promessas e palavras já estamos sobrecarregados. Queremos algo concreto. Precisamos ter respostas.”
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Ele fez um apelo para que os vereadores eleitos trabalhem para todos os bairros. “Essa comunidade conta com vocês para caminhar juntamente conosco.” Ao mesmo tempo, o líder comunitário lamentou a ausência do prefeito Sérgio Moraes e do vice Alex Knak, além dos secretários municipais Francisco Carlos Smidt, responsável pela pasta de Obras e Infraestrutura, e Prissila Bordignon, de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade.
Anderson Odilo Raasch, marceneiro, presidente da Associação do Navegantes
“A gente precisa de representação de todos vocês [políticos]. Esse é um assunto muito sério. Precisamos da macrodrenagem. Há solução para o nosso bairro.”
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Vanir Ramos de Azevedo, secretário municipal de Planejamento e Mobilidade Urbana
“Entendemos que é fundamental resolver a situação e que não devemos descansar até resolver. Mas precisamos compreender qual é o problema, como enfrentá-lo, e as obras necessárias. A partir dos estudos, o Município vai buscar recursos do governo federal para que as melhorias saiam do papel. Não estamos confortáveis com a situação e vamos procurar soluções para isso.”
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Ederson Rene de Figueiredo, gerente comercial, vice-presidente do Navegantes
“Estamos há anos pleiteando a obra de elevação da Rua Irmão Emílio e a colocação de canos, e até agora, nada. Queremos que a água não passe em cima da rua, dando mais segurança para todos. A administração anterior deixou os canos atirados seis meses e não fez a obra. A gente achava que estava ruim, mas veio a administração atual e se superou: recolheu os canos. O crescimento habitacional, as enchentes do ano passado, os aterros que têm sido feitos. Daqui pra frente, vai alagar ainda mais. Aí não vai ser só o Várzea. Se isso ocorrer e chegar nos outros bairros, talvez aí seja feita alguma coisa. Se tem dinheiro para remover o pessoal nas enchentes, tem para fazer as obras. Um quarto desse valor já resolveria a situação. Santa Cruz do Sul tem uma das maiores arrecadações do Estado. Para nos atender não tem dinheiro? Ou não tem interesse?”
Reginaldo Martins Brito de Campos, secretário municipal de Segurança e Trânsito
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“Esses problemas acontecem porque as obras têm início, mas não é feito estudo, não é feito planejamento. Temos um município que cresce muito mais rápido que a infraestrutura de drenagem da água. É a ERS-412 que alaga o Bairro Várzea. E a limpeza já está sendo feita lá atrás.”
Adriane Gass, dona de casa há 24 anos enfrentando enchentes
“Hoje não viemos só mostrar a força do bairro, mas o cansaço e o desrespeito. Ninguém fez estudo e avaliou o impacto da obra do Lago Telmo Kirst dentro das nossas casas. As administrações tornaram o bairro uma área de risco. O Várzea é desrespeitado por todos. Falta iniciativa do poder público. Estamos literalmente abandonados. Servimos somente para pagar IPTU. Façam o que vocês têm que fazer. A Várzea é nossa, nós não vamos sair daqui. Hoje estamos aqui para dizer: chega de tudo isso!”
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Jeronimo José dos Santos Bernhard, empresário, secretário da Associação do Navegantes
“Hoje viemos pedir providências.”
José Alberto Wenzel, geólogo e ambientalista
“Essa mobilização que vocês estão fazendo hoje à noite é impressionante. Precisamos entender que a Várzea não é problema. É solução. Vamos nos unir, vamos buscar soluções conjuntas. As críticas são boas, pois elas nos ajudam a avançar. Não é uma questão política e partidária, mas de sobrevivência. É claro que esses loteamentos novos têm influência. Vamos tapar o sol com a peneira? Na Entrada Rio Pardinho, eles também estão surgindo. Vocês vão ver o que vai acontecer lá!”
Jean Francisco Machado, policial penal, membro do Comitê Pró-Várzea
“Não temos tempo para esperar. Estamos cansados. As pessoas estão perdendo tudo, todos os anos. Queremos solução agora!”
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