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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Não leio resenhas

Me pego frequentemente pensando sobre a expressão “não julgue um livro pela capa”. Ela faz bastante sentido como metáfora, mas não funciona para mim em uma interpretação literal.

Se vou comprar um livro, é quase sempre a capa que vai me chamar a atenção. O conjunto dos itens que compõem a capa: título, nome do autor, sinopse e, claro, o desenho.

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Compro, mesmo, pela capa. E por uma espécie de feeling. Acredite ou não, quase sempre acerto. Ou talvez eu só goste de uma gama bem ampla de livros. Mas escolher não é julgar. E aí cabe a metáfora: o mesmo vale para quase tudo na vida, de comida a pessoas. O primeiro contato é com a “capa”, com a superfície. O problema não é comprar pela capa, é julgar pela capa.

Aliás, acho que a gente julga demais. Talvez não haja necessidade de tanto julgamento.

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E eu sempre aceito com alegria recomendações de amigos. Alguém que me conhece pelo menos um pouco e diz “li e lembrei de ti”, “acho que tu ia curtir”. Alguns amigos adoram coisas que eu não suporto e eu me emociono com coisas que sequer interessariam a eles, mas, mesmo assim, gostar de livros e indicá-los a alguém é um tipo de demonstração de afeto.

Mas isso é diferente das resenhas. Porque muitas delas dizem demais sobre o livro e já direcionam a leitura. E um bom livro nunca é assim tão simples, nunca se define assim tão facilmente. Eu li muitos livros na vida e, ao mesmo tempo, muitos menos do que gostaria de ter lido e se tu me perguntares o que eu acho de um livro que eu li, talvez eu responda outra coisa, mas a resposta que eu mais gostaria de dar é: “Eu acho que tu devias ler.”

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