O Natal sempre remete a um momento de reflexão, balanço, prós e contras que emenda com as comemorações do Ano-Novo. Este, sim, um espaço para projetar uma nova jornada que chega a partir da meia-noite.
Mais do que nunca, a solidão que condenou a todos nós ao confinamento compulsório será pesada em 2020. O Natal dos reencontros, das ruidosas comemorações familiares regadas a comida e bebida e troca de presentes será raridade.
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Nascido no interior de um pequeno município do Vale do Taquari, para mim o Natal era um acontecimento especial.
Começava com a busca de um pinheiro – de verdade e não um “made in China”! – que exigia um presépio “de fundamento”, como dizem na Fronteira. Íamos mato adentro buscar barba de pau nas árvores para ornamentar a árvore natalina.
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Ao chegar em casa, era o momento da cantoria, quando eu, minha irmã e, às vezes, meus primos fazíamos uma espécie de hora artística ao som de violão, flauta e acordeão. Também cantávamos músicas natalinas em alemão, e somente depois disso recebíamos os presentes, para depois jantar.
Hoje, a tecnologia, o consumismo e a mudança radical de costume tiraram muito do brilho humano que caracterizava o Natal. Se conseguir um pinheiro natural, certamente terei problemas com o Ibama, ou posso ser denunciado por um vizinho ecologista, que pretende se vingar pelo barulho que fiz no meu último aniversário.
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Sobreviventes? Resilientes? Teimosos? De tudo isso um pouco, para encarar os novos desafios. Aqui, neste cantinho da nossa Gazeta do Sul, onde passei dois anos maravilhosos e inesquecíveis da minha vida, continuarei fazendo confissões e projeções e degustando o contato virtual com os amigos leitores. Um Natal iluminado, de paz, saúde e muito amor!
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