Discussões sobre o futuro do tabaco seguem até este sábado em Genebra, na Suíça
A 11ª Conferência das Partes (COP-11) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, em Genebra, na Suíça, entra em sua reta final. Nesta sexta-feira, 21, e ainda no sábado, 22, o secretariado anunciará as definições a que chegaram os representantes das nações após os debates ao longo de toda a semana em torno dos diversos artigos do tratado.
Nessa quinta, 20, a comitiva de lideranças e autoridades das regiões produtoras de tabaco no Brasil teve mais um encontro, pela manhã, horário da Suíça, com o embaixador Tovar Nunes, na Embaixada. Na ocasião, ele e membros de sua equipe repassaram mais informações sobre o que o País estaria propondo no evento.
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De pronto, foi confirmado que na quarta-feira o Brasil apresentou projeto a partir do qual se recomendaria aos países adotar leis que proíbam o filtro nos cigarros convencionais. A proposta foi iniciativa do Brasil, em parceria com o Panamá, e copatrocínio do México.
Na avaliação da comitiva do setor, uma vez que essa proposta vem do governo brasileiro, significa que o País estaria disposto a ser um dos primeiros, seguramente, a colocar tal medida em prática. Mas Tovar informou que várias outras nações se opuseram, de maneira que, ou a redação do documento precisará ser mudada, adequada, ao que estes propõem ou entendem, ou o tema ficará para mais debates em edição futura da conferência.
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Os deputados federais que integram a comitiva solicitaram ao embaixador cópias dos estudos que, no Brasil, embasaram tal proposta. Nunes repassou três notas técnicas assinadas por Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Fiocruz, anexadas ao texto-base. Mas os políticos, ao consultar tais notas, verificaram que se tratava de meros relatos de tom pessoal, superficiais, sem qualquer embasamento em pesquisas ou estudos sérios.
Nunes concluiu a conversa dessa quinta enfatizando a necessidade de que as questões debatidas na COP mereçam um olhar amplo na sociedade brasileira. Disse que se deve levar em conta o aspecto da saúde, sim, mas também com atenção aos efeitos sociais e econômicos, pois o tabaco é um produto de grande importância na balança comercial e no desenvolvimento regional.
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Um aspecto que chamou a atenção de todos no entorno do Centro de Convenções no qual ocorre a COP-11 é que muitas pessoas que participam do evento saem até a área externa para… fumar! Nos três primeiros dias, o movimento de gente que saía para pitar era tão grande que, constrangida, a organização teve de colocar uma placa de advertência, de proibição ao ato de fumar naquele espaço. E ainda tapou as lixeiras da redondeza com plástico preto porque centenas de bitucas se acumulavam ali.
Ou seja, a COP não está conseguindo convencer nem as próprias delegações dos países que dela participam a não fumar, e em plena conferência. Nessa quinta, era possível ver grupos de quatro ou cinco pessoas tranquilamente fumando juntas a alguns metros do saguão, ignorando sumariamente a placa de proibição. E pelas calçadas, em toda Genebra, é recorrente a cena de pessoas caminhando e fumando, sem qualquer tipo de restrição, e até em recintos fechados.
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