Santa Cruz do Sul

Pombos se proliferam no Centro de Santa Cruz e preocupam

A presença de pombos na área central de Santa Cruz do Sul tem chamado a atenção de quem circula principalmente nas imediações da Praça Getúlio Vargas, Catedral São João Batista e Hospital Santa Cruz e ruas Ramiro Barcelos, Marechal Floriano, Fernando Abott e Marechal Deodoro. A proliferação dos pássaros preocupa moradores e comerciantes e também quem circula pelos locais. 

Como não é permitido eliminar essas aves, o manejo da população de pombos busca reduzir gradualmente a densidade populacional por meio da redução de abrigos e fontes de alimentos, de acordo com as legislações ambientais. A partir disso, a tendência é que eles migrem para outras regiões.

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A médica-veterinária do Departamento de Vigilância e Ações em Saúde da Prefeitura, Daniela Klafke, explica que existem alguns métodos para controle populacional dos pássaros. “Um deles é a destruição manual dos ninhos e dos ovos. A longo prazo, a tendência é diminuir os nascimentos e as aves adultas terem a mortalidade natural.” A orientação é fazer essa destruição a cada 15 dias. 

No caso de presença em prédios públicos, o manejo é de competência da Prefeitura. Já para o controle em ambientes externos, a participação da população se faz necessária. “Os pombos se reproduzem onde há fartura de alimentos. Por isso, a orientação é nunca fornecer comida, evitar deixar restos de alimentos expostos, manter lixeiras fechadas e fazer o descarte correto do lixo, principalmente aqueles que contêm restos”, salienta Daniela.

Barreiras no hospital

As imediações do Hospital Santa Cruz são um dos pontos com maior concentração dessas aves. Conforme a assessoria de comunicação da casa de saúde, barreiras físicas são utilizadas na tentativa de impedir que os pombos acessem instalações, bem como evitar que façam ninhos e se instalem nas dependências do hospital. “Evitamos usar recursos que matem os animais”, garante.

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Doenças

O b​iólogo e professor dos cursos de Ciências Biológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andreas Köhler, explica que os pombos são vetores de várias doenças, que podem ser transmitidas aos seres humanos por meio de suas fezes e secreções, assim como pela inalação da poeira dos restos de fezes ressecadas.

Segundo ele, entre as enfermidades mais preocupantes estão a criptococose (popularmente conhecida como “doença do pombo”), salmonelose, histoplasmose e psitacose e, em alguns casos, alergias. “A inalação de partículas contaminadas pode causar infecções respiratórias graves, especialmente em pessoas imunossuprimidas, crianças e idosos.” As doenças são mais comuns em pessoas que convivem em ambientes fechados com alta densidade populacional dessas aves, sem padrões de higiene.

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Além dos riscos biológicos, Köhler enfatiza que as fezes dos pombos são altamente corrosivas e podem deteriorar monumentos históricos, fachadas de prédios e estruturas metálicas, aumentando custos de manutenção e restauro nas cidades.

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A alimentação das aves instiga a presença e a superpopulação da espécie. “Essa prática não só atrai mais aves para o local, como também favorece a propagação de doenças e parasitas, como ácaros e piolhos de pombos, que podem invadir residências e causar alergias e infecções”, acrescenta. 

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Orientações

A orientação do Departamento de Vigilância para evitar doenças transmitidas por pombos é não deixar fezes acumuladas, proteger nariz e boca com máscara e usar luvas ao realizar a limpeza. A remoção das fezes deve ser feita somente após umedecer com solução desinfetante à base de cloro (água sanitária diluída em água, em partes iguais) ou quaternário de amônia em solução a 50%, pois há o risco de aspiração da poeira de fezes ressecadas.

Pontos comerciais que vendem alimentos devem colocar cartazes orientando os clientes para que não alimentem os pombos. “Somente com redução da oferta de alimento e abrigo, conseguiremos fazer um controle efetivo dos pombos”, diz a médica-veterinária Daniela Klafke.

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Praga urbana

Os pombos são considerados pragas urbanas. O aumento descontrolado do número desses animais nas cidades se dá pela ausência de predadores naturais, facilidade de lugares para reprodução em edificações e abundância de alimentos.

A infestação de pombos é um problema comum em áreas urbanas e rurais, causado pela superpopulação dessas aves. Eles são conhecidos por se reproduzirem rapidamente e se adaptarem facilmente ao ambiente urbano, o que os torna uma praga em muitas regiões.

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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