Letícia tem relato publicado na obra
Uma obra premiada internacionalmente, com relatos sobre a atuação de profissionais da saúde mental nas enchentes do ano passado, tem a participação de uma santa-cruzense. A psicóloga e psicanalista Letícia Casagrande conta o que vivenciou no abrigo em Venâncio Aires que acomodou dezenas de atingidos pela enchente na localidade de Vila Mariante.
A obra de 424 páginas, intitulada Cidades alagadas, mentes inundadas, foi organizada pela médica psiquiatra Patrícia Rivoire Menelli Goldfeld e pela psicóloga e psicanalista Katya de Azevedo Araújo. Além do prêmio, o livro foi lançado recentemente no 30º Congresso Brasileiro de Psicanálise.
O trabalho registra histórias, relatos, emoções e traumas do ponto de vista técnico, mas mais do que isso: a vivência de profissionais das áreas da Psicologia e da Psicanálise junto a famílias que foram atingidas pelo desastre climático.
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No capítulo Notícias do imponderável: a escuta como contorno psíquico a partir de rios transbordados, Letícia fala sobre o que vivenciou no abrigo. “Trago uma costura vivencial, mas também tem algum toque teórico e clínico do ponto de vista da Psicanálise sobre o tema do trauma. E ali eu conto um pouco a minha interação com as famílias, mas em especial com duas, três situações bem específicas de escutas que eu fiz.”
Psicóloga e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA), Letícia foi à localidade com uma equipe de profissionais recrutada pela vice-reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andréia Valim. Em um dos trechos, cita que as famílias atingidas tiveram suas “mentes inundadas”.
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“Eventos desta magnitude introduzem marcos de incerteza. Para muitas pessoas essa catástrofe foi, possivelmente, a maior da vida, um caos inimaginável em suas histórias. E o corpo não perde esse registro sensorial e a mente corre o risco de permanecer ilhada na lembrança do vivido.”
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Letícia atendeu pessoas de Porto Alegre, Lajeado e Taquari e no abrigo do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz. Além dela, pelo menos outros 170 colegas de profissão se prontificaram e auxiliaram pessoas de todo o Estado a partir de um projeto de ação emergencial desenvolvido pela diretoria da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre.
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Os atendimentos ocorreram de forma presencial e virtual. “Os relatos da mídia contavam a magnitude assustadora dos fatos. O muito que se podia ofertar parecia ser pouco e insuficiente”, lembra. “Eu me sentia inquieta parecendo sofrer de excesso de realidade. Essa espécie de afogamento psíquico impulsionou o senso de compromisso humano com trabalho voluntário.”
Ela explica que o livro se concretizou após as trocas das experiências dos profissionais em encontros do grupo. “Então surgiu a ideia do livro com relatos de experiências a partir do olhar da Psicanálise e abordagem do trauma.”
A obra pode ser adquirida de forma online pelo site da editora Blucher, ao valor de R$ 165,00.
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