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“Razões para ter esperança”

Na quinta-feira, 29, completaram-se 40 dias desde o Domingo de Páscoa. É, assim, a data que os cristãos celebram como da Ascensão de Jesus ao céu. Uma vez que Cristo assumira a condição terrena, na ascensão, a própria humanidade é elevada para junto de Deus, por intermédio do Filho, numa comunicação entre o humano e o divino. Em sintonia com a simbologia inerente a esse dia, a Diocese de Santa Cruz do Sul (bem como a Igreja Católica em âmbito global) organizou um Café com a Imprensa para marcar o 59º Dia Mundial das Comunicações.

Na Cúria Diocesana, o bispo dom Itacir Brassiani e sua equipe acolheram representantes de veículos de Santa Cruz do Sul e da região para uma reflexão em torno do exercício profissional e da importância da comunicação, nas mais diversas plataformas. O bate-papo abordou ainda os desafios que são enfrentados, em um ambiente marcado por redes sociais e proliferação de fake news, entre outros fatores. O bispo emérito, dom Aloísio Alberto Dilli, também compareceu na recepção aos comunicadores.

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Um dos elementos centrais a inspirar as conversas foi texto deixado pelo papa Francisco, que o expedira em 24 de janeiro, já tendo em mente o Dia Mundial das Comunicações de 2025, e que acabou por constituir mensagem póstuma do pontífice, falecido em 21 de abril. A carta de Francisco toca em temas de máxima atualidade, com um recado que se dirige a cada pessoa, convocando-a a se aliar em favor do combate à desinformação e a prezar pela paz em um mundo cada vez mais conflituado e de ímpetos agressivos. “Cuide de seu coração”, sugere o papa, em uma passagem, advertindo que apaziguar os ânimos em todas as instâncias faz bem à saúde física e espiritual. São ideais e princípios que também estão sendo defendidos e salientados pelo papa Leão XIV, como este já evidenciou em suas manifestações.

Em um dos trechos de sua mensagem, Francisco afirma: “Sonho com uma comunicação que não venda ilusões ou medos, mas que seja capaz de dar razões para ter esperança”. Acrescenta: “Uma comunicação que seja capaz de falar ao coração”. Nesse sentido, pode-se idealizar um exercício profissional empenhado em apaziguar os ânimos, e não em acirrá-los. Que contribua para resolver, solucionar problemas, e não para criá-los ou ampliá-los. Que, em sintonia com a própria essência do comunicar, favoreça a aproximação entre pessoas, povos, nações e culturas, e não para afastá-las (por vezes até a um ponto inconciliável). Que promova entendimento, e não desentendimento. Para que possa ocorrer a ascensão até um estágio equivalente ao que o divino simboliza em nossa vida, e para que todos possamos conviver em paz e harmonia, razão única e primordial da existência.

Junto a comunicadores e ao público para o qual estes se dirigem, os pontos referidos por papa Francisco em sua mensagem merecem urgente e profunda meditação. Boa leitura e bom final de semana!

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Romar Behling

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Romar Behling

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