Dom Itacir: manifestações promissoras
O bispo diocesano dom Itacir Brassiani disse que recebeu com surpresa o anúncio do nome do novo papa. Mas observou que não importa muito o fato de a escolha recair sobre um cardeal latino-americano, europeu, norte-americano, asiático ou africano. Em entrevista na tarde dessa quinta-feira, 9, para a Rádio Gazeta 107,9 FM, afirmou que tem a convicção de que deve ser um animador da Igreja universal, com um perfil pastoral, que conheça o povo de Deus e não seja um burocrata. E isso, conforme o bispo, Leão XIV tem na sua história, com experiência na Cúria da Igreja Católica, em Roma.
Dom Itacir salientou que percebeu sinais positivos no novo papa. Um deles é a escolha do nome Leão XIV. Ele observou que o último com essa denominação, Leão XIII, que governou a Igreja até 1903, foi o papa que inaugurou o evangelho social da Igreja Católica.
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Outro aspecto ressaltado pelo bispo é o fato de o novo papa ser da América do Norte, mas ter circulado na América Latina. Dom Itacir entende que isso significa que ele conhece bem, por experiência, a caminhada da Igreja de toda a América, com seus avanços, recursos e problemas.
O bispo ainda mencionou outro aspecto observado nas poucas palavras do novo papa: a saudação com votos de paz neste momento em que as polarizações ideológicas, políticas e econômicas tomam conta do mundo e, também, da Igreja em parte. “Então, essa manifestação é promissora no sentido de ser um mediador do diálogo, um construtor de pontes, como ele mesmo disse ser.”
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Dom Itacir comentou o fato de o novo papa ter origem na Província Agostiniana, de Chicago. Observa que Santo Agostinho foi um dos primeiros teólogos da Igreja que ousou refletir sobre a história, os processos humanos, sobre o fim do Império Romano, tentando entender a fé dentro da realidade do mundo.
“O Papa Leão XIV fez uma referência muito interessante, à qual também me referi por ocasião da minha nomeação de bispo, referência a Santo Agostinho: com vocês sou cristão, para vocês sou bispo/eu sou papa, ser cristão é a minha dignidade, a minha alegria, ser bispo, ser papa é um risco, é uma exigência. Então, quero caminhar junto com o povo de Deus.”
O bispo emérito da Diocese de Santa Cruz do Sul, dom Aloísio Alberto Dilli, também em entrevista para a Rádio Gazeta 107,9 FM na tarde dessa quinta-feira, ressaltou que em cada época há características na humanidade que exigem um papa de um certo perfil na Igreja. Observa que, pela fala de Leão XIV, é possível perceber aspectos importantes que são respostas dentro da realidade de hoje. “Por exemplo, o fato de ser americano, de ter estado na América do Sul, com experiência pastoral”, afirmou.
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Dom Aloísio também observou que, em sua curta fala, o novo papa trouxe a palavra paz. “O mundo hoje precisa de pessoas que trabalhem pela paz, pois temos tantos conflitos, é preciso um trabalho de maior acolhimento, de boas relações, incentivando o diálogo”, disse.
Para ele, a escolha do nome Leão XIV também surpreendeu. “Ninguém esperava, mas papa Leão XIII deu muita atenção para as questões sociais”, disse, observando que essa é uma tendência. “Será um papa muito próximo das pessoas. Uma pessoa simples”, completou.
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