Agronegócio

Safra de arroz vive desafios e deve ser menor no Estado no ciclo 2025/26

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) estima que pouco mais de 920 mil hectares do cereal sejam cultivados no Estado na safra 2025/26. A autarquia projeta redução de 5,17% em comparação ao ciclo anterior, quando foram plantados 970.216 hectares. Mas essa área tende a cair ainda mais, pela limitação de crédito disponível para custeio nas instituições financeiras e o baixo preço da saca. O preço médio na região está em torno de R$ 53,00 (saca de 50 quilos com 58% de inteiros). Em novembro de 2024, era vendida a R$ 115,00.

O custo de produção também tem sido um desafio, pois o preço do arroz não consegue cobrir. Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch, responsável pelo 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão (Nate) do Irga de Rio Pardo, as despesas estão um pouco maiores que na última safra, enquanto a saca de arroz tem menos da metade do valor.

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Ele calcula que, para cobrir o custo de produção, é preciso colher mais de 200 sacas de arroz por hectare. No entanto, a produtividade média nos últimos três anos foi de cerca de 160 sacas por hectare.

Em meados de agosto, a projeção era de que Rio Pardo cultivaria nesta safra 7.830 hectares, e Pantano Grande, 3.780 hectares. Mas segundo o engenheiro agrônomo, essa estimativa deverá sofrer alterações. “Esses dados foram levantados quando o preço ainda não estava tão ruim e não se sabia dos problemas que teríamos em relação à disponibilidade de crédito junto aos bancos. A área final, só teremos após a conclusão da semeadura.”

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Tatsch enfatiza que as dificuldades enfrentadas pelos produtores se refletem na economia. “Ambos os municípios são muito dependentes do agronegócio, com cultivos de arroz, soja, milho, trigo e também a pecuária. Quando os produtores enfrentam uma crise dessa magnitude, todo o comércio perde, pois muito dinheiro deixa de circular na cidade.”

Ricardo Tatsch, engenheiro agrônomo do Irga: “Quando os produtores enfrentam uma crise dessa magnitude, todo o comércio perde, pois muito dinheiro deixa de circular na cidade”

Semeado

A Região Central, que engloba o Vale do Rio Pardo, deve semear 120.716 hectares, uma redução de 2,49% em relação à safra passada. Segundo  relatório atualizado pela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga, na região, desde setembro, foram semeados quase 43 mil hectares, equivalente a 36% do projetado. Até o momento, essa área é a de menor percentual de semeadura. A Zona Sul deve concluir os trabalhos na próxima semana, em virtude das boas condições climáticas.

São 640.487 hectares já semeados no Estado, dos 920.081 hectares de área de intenção, o que representa 69,61%.

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Vanessa Behling

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