Foto: Ilustração
O vice-presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Cruz do Sul (Sinprom), Eduardo Barreto, participou nesta segunda-feira, 30, do programa Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9, onde se manifestou contrário ao projeto de lei protocolado na semana passada pelo vereador Abel Trindade (PL). A proposta determina que as escolas comuniquem com antecedência os pais ou responsáveis legais sobre a realização de atividades pedagógicas consideradas não regulares.
“A escola é um palco transparente, múltiplo de diversidade, e esse projeto, mais uma vez, destila ódio, que é a característica do vereador Abel Trindade”, afirmou o professor. O projeto exige que sejam informadas, com pelo menos cinco dias de antecedência, atividades como palestras, oficinas, rodas de conversa, campanhas educativas, apresentações artísticas, saídas de campo e quaisquer outras ações que não integrem a rotina escolar regular.
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Segundo o vice-presidente do Sinprom, a proposta revela desconhecimento sobre o funcionamento das escolas e desrespeita o planejamento pedagógico. “Os professores não trabalham os temas de um dia para o outro. Tudo é feito em cima de planejamento. As atividades são organizadas com meses de antecedência”, destacou. Da mesma forma, ele criticou o fato de que o projeto permitiria aos pais vetarem a participação dos filhos em atividades. Para ele, isso compromete o desenvolvimento do currículo e abre espaço para o questionamento de temas importantes como racismo e diversidade cultural. “A escola tem liberdade de cátedra dentro de uma perspectiva de responsabilidade”, alertou.
Ainda, o representante do Sinprom relatou que recebeu diversas mensagens de pais, inclusive de eleitores do vereador, manifestando-se contrários à proposta. “Me disseram: Votei nele, mas não para isso”, destacou. Durante a entrevista, o professor ainda ironizou a recorrência de propostas semelhantes vindas do parlamentar e questionou sua efetiva contribuição ao município. “Ele fala tanto em transparência das escolas, poderia ser transparente, por exemplo, indo nos bairros perguntar o que está acontecendo”, sugeriu.
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Para o vice-presidente do Sinprom, a proposta tenta criar polêmicas onde não há necessidade e reforça um discurso que prejudica a imagem da escola. “Ele não está interessado nas crianças. Está interessado em polemizar, em conversar com aquele pequeno público que tem, que ele conversa, da extrema direita”.
Ao final, o professor provocou o vereador afirmando que o legislador copiou e colou a proposta de um projeto que já existe em Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Se ele fosse meu aluno, estaria em recuperação. Gostaria de chamar o vereador para uma oficina de como se monta um projeto e não se copia e cola”, concluiu.
*Colaboraram Carina Weber e Marcio Souza
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