Regional

TCE esclarece: quem é o verdadeiro eleitor?

Por Leonardo Moraes Azevedo

O ano de 2024 promete ser agitado. Em outubro, as eleições reproduzirão o cenário de polarização a que já nos habituamos. Esse cenário de extremos é marca do dito mundo digital, em que as redes sociais se consolidaram como instrumento de campanhas eleitorais e narrativas políticas. Já não é de hoje que se percebe a influência das redes sociais em nossas escolhas.

Recentemente, têm reverberado as ideias publicadas pelo jornalista Kyle Chayka, no livro Filterworld: How Algorithms Flattened Culture (algo como “Mundo filtrado: como os algoritmos achataram a cultura”). A ideia explorada na obra é a existência de uma “curadoria customizada”. Funciona assim: a Netflix, por exemplo, sabendo que você gosta de filmes de suspense, oferece em sua tela inicial mais filmes de suspense e deixa de sugerir filmes de outros gêneros, não importa o quão bons sejam.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: TCE Esclarece: afinal, o que faz o Tribunal de Contas?

Nesse cenário, você se torna um consumidor passivo. Extrapole a ideia para a política e podemos falar, também, no eleitor passivo. O efeito disso é fazer o ser humano cada vez mais convicto dos seus posicionamentos. Ou seja, o mundo digital está adulando a sua consciência e isso faz com que seu cérebro não queira sair dali, afinal todos gostamos de ser adulados.

O resultado é que estamos ficando superficiais, sem capacidade crítica de questionarmos aquilo em que desejamos acreditar. Some-se a isso a desinformação e o uso das emoções apelativas como “caça-likes” e temos um cenário perfeito para todo tipo de manipulação e criação de narrativas para envolver o eleitor.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: TCE Esclarece: “Dona Candinha e o dinheiro da saúde”

De olho nesse cenário, o TSE publicou 12 resoluções cujo objetivo é pôr regras à corrida eleitoral. Entre as principais medidas estão as que visam o controle da desinformação, regulação do uso da inteligência artificial, restrição ao uso de avatares, vedação das deep fakes e a exigência de rótulos de identificação de conteúdo sintético de multimídia.

Porém, sabemos que a internet é um ambiente complexo e que a inteligência artificial tem potencial ainda desconhecido. Para que tenhamos um processo eleitoral democrático, mais do que normas, necessitamos da consciência dos eleitores, debates construtivos, empatia e humanismo. Afinal, é preciso lembrar à inteligência artificial quem é o verdadeiro eleitor.

Publicidade

*** Os textos publicados quinzenalmente nesta coluna vão ao encontro da missão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de orientar os gestores e promover a cidadania ativa para juntos aperfeiçoarmos a gestão pública em benefício da sociedade gaúcha, cujos temas também podem ser sugeridos pelos leitores.

LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ

Publicidade

Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

Share
Published by
Carina Weber

This website uses cookies.