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“Tentaram matar a gente”, diz a primeira sobrevivente a depor

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Foto: Juliano Verardi/Imprensa TJRS

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Os momentos de terror vividos por sobreviventes da maior tragédia da história do Rio Grande do Sul foram relembrados na tarde dessa quarta-feira, 1º, no plenário do Tribunal do Júri do Foro Central I, em Porto Alegre. Teve início às 13 horas o julgamento dos quatro acusados de terem causado o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, na madrugada de 27 de janeiro de 2013. O primeiro dia foi marcado pelo depoimento de duas mulheres que escaparam do fogo com vida – e com ferimentos graves.

Os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann; o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o produtor musical Luciano Bonilha Leão respondem por homicídio com dolo eventual cometido contra 242 pessoas e tentativa de homicídio contra outras 636. A sessão começou de manhã. Os jurados que formam o conselho de sentença – seis homens e uma mulher – foram sorteados por volta das 9 horas.

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A primeira a prestar depoimento foi Kátia Giane Pacheco Siqueira. Ela trabalhava como atendente de cozinha na Boate Kiss. Em mais de cinco horas, a farmacêutica de 29 anos foi questionada pelo juiz Orlando Faccini Neto, pelos promotores Lúcia Helena de Lima Callegari e David Medina da Silva, e pelos advogados de defesa dos quatro réus. A mulher afirmou que os acusados assumiram o risco de matar. “Com todas as coisas que fizeram, com elevação de palco e colocação de espuma, tentaram matar a gente.”

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Júri vem sendo presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto e tem previsão de durar pelo menos duas semanas | Foto: Juliano Verardi/Imprensa TJRS

Vítima chora ao lembrar da longa recuperação

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Kátia, que teve 40% do corpo queimado, contou que, ao perceber que estava ocorrendo um incêndio, saiu da cozinha onde trabalhava, mas ficou trancada pela correria das pessoas. “Pedi e duas pessoas tentaram me tirar, mas tinha muito gente em cima de mim e me deixaram lá. Depois, eu simplesmente agarrei nas pernas de uma pessoa que estava por ali, de um jeito que ela não conseguia se mover. Foi quando fizeram força pra me puxar e me tiraram.”

Sobre a Kiss, onde trabalhava há seis meses quando houve o incêndio, afirmou que era um local difícil de se movimentar. “Era um labirinto. Eu mesma trabalhava lá e quase não consegui sair.” Conforme ela, a orientação dos sócios era para que os clientes deixassem a casa apenas após pagamento da comanda. E que 1.117 pessoas estavam na boate naquela noite.

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