Faz alguns anos, escrevi um artigo sob o título “Subdesempenho satisfatório”, e na ocasião destaquei a síntese da mineira Betânia Tanure, professora de economia da PUC-MG e hoje membro do conselho de administração da Magazine Luíza. Disse:

“Subdesempenho satisfatório é a definição de um estado de autoelogios, uma ‘doença’ que ataca empresas e outras instituições, inclusive governos. Trata-se de patologia em que condutores de uma organização, muitas vezes tomados por ilusões quanto ao sucesso dela, não percebem problemas que a acometem, e que podem levá-la a um subdesempenho futuro. Ou, então, eles são percebidos, mas menosprezados.”

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É exatamente o que tem acontecido no Brasil. Em várias gestões governamentais, a nação tem colhido melhorias sociais e econômicas. Algumas crises nacionais e internacionais não foram suficientes para impedir o processo de mudanças. Cada governo, a seu modo e oportunidade, contribuiu cumulativamente. 

Entretanto, observe-se que as maiores contribuições para a elevação de indicadores econômicos ficaram a cargo das empresas brasileiras, que se adequaram à competição nacional e internacional, modernizaram seus equipamentos e processos de produção e qualificaram seus funcionários.

Todavia, o Estado brasileiro – governo federal, principalmente, considerada a expressiva concentração de poderes e receita financeira – não tem tido um desempenho de nível elevado e compromissado. Acumulam-se os números e os indicadores negativos relacionados à educação, saúde pública, segurança e infraestrutura, principalmente.

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Porém, mais preocupantes são os números relacionados à dívida pública, às taxas de juros, descontrole inflacionário, aos níveis de desperdício de dinheiro público com má administração e os elevados índices de corrupção. 

Possivelmente, à conta de espasmos ufanistas, anabolizados por eventuais índices de popularidade, muitos e graves  problemas são minimizados e menosprezados. Na maioria das vezes graças à propaganda oficial e à retórica irresponsável, sobretudo a partir de comparações indevidas entre diferentes gestões.

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Assim como há indicadores que nos colocam entre as grandes nações, há dezenas de outros indicadores sociais e econômicos que desmentem o discurso e o ufanismo oficial e desmoralizam a administração da coisa pública.

Afinal, basta um olhar e um exame rigoroso nos indicadores de desenvolvimento humano, competitividade econômica, qualidade da infraestrutura e ambiente de negócios.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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Carina Weber

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