ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

VÍDEO: Igreja São Nicolau, um símbolo da presença indígena em Rio Pardo

ads3

Estima-se que a versão atual do templo seria a terceira ou quarta – construções anteriores sucumbiram ao tempo e a um incêndio

ads4

A versão portuguesa da história de Rio Pardo é a mais conhecida. Começa quando a cidade surge, em 1752, com a fundação da Fortaleza Jesus Maria José. Mas, pelo menos um século antes, já é possível encontrar sinais de ocupação do território da Tranqueira Invicta. O diretor de Turismo da Secretaria de Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer, Flávio Wunderlich, conta que há registros de 1630 sobre dois aldeamentos indígenas na região: Jesus Maria e São Cristóvão.

A história mais conhecida é de logo após o Tratado de Madrid, quando Gomes Freire de Andrade realizou as demarcações. Só que, antes disso, índios e espanhóis já habitavam áreas desde os Sete Povos das Missões, que cresciam a cada dia. E a história de Rio Pardo tem pontos importantes nesse período, que estão até hoje marcados. A Aldeia e Igreja de São Nicolau são símbolos da presença indígena na Cidade Histórica. Além do cemitério, que ainda existe ao lado do templo e também conta alguns capítulos.

ads6 Advertising

Publicidade

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: primeira Câmara de Rio Pardo surge em 1811

O professor de História Gustavo Kunsler conta que o Aldeamento São Nicolau do Rio Pardo foi importante na manutenção das fronteiras após o Tratado de Madrid. A ocupação guarani que ali existia protegia aquela parte do futuro município. A historiadora Dariane Labres, da Gestão de Projetos e Curadoria de Museus Municipais, classifica a origem como um diferencial do local e destaca a arte barroca e missioneira, que é possível encontrar na igreja, com um conjunto de imagens de santos em estilo barroco e o Cristo Morto, com feições indígenas. “Conhecer a igreja é conhecer o aldeamento, a mobilização dos moradores, a festa de São Nicolau.”

ads7 Advertising

Publicidade

Segundo Dariane, relatos indicam que os índios participaram da construção do templo. E o cemitério surgiu primeiro, como um lugar para sepultar os indígenas. Algum tempo depois, até mesmo famílias mais abastadas procuravam o local para sepultar os entes queridos, para ficarem isentos de impostos. Uma característica que diferencia a Igreja de São Nicolau das demais é que ela ainda tem o cemitério ao lado e enterros continuam sendo feitos no local.

Traços da arte barroca e missioneira podem ser percebidos no interior da igreja | Foto: Igor Flamel

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: o valioso museu criado por Biágio Soares Tarantino

A lenda de São Nicolau

ads8 Advertising

Publicidade

Contam os mais antigos que, em determinada época, aconteceu uma grande seca em Rio Pardo. Os lavoureiros resolveram sair em procissão com a imagem de São Nicolau, pedindo chuva. Durante o percurso, um cidadão desdenhou do gesto dos participantes da procissão e chamou o santo de “Caboclinho da Aldeia”. Quando o grupo chegou nas proximidades da matriz, desabou um violento temporal e a faísca de um raio caiu justamente sobre a pessoa que havia desdenhado do santo. Acredita-se até hoje que, para resolver o problema de uma seca, é só retirar a imagem de São Nicolau da capela e levá-la em procissão pelas ruas da cidade.

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: a Tranqueira Invicta e a lenda dos túneis

Arte: Zélia Kaufmann

Fé e devoção a São Nicolau

A tradicional Festa de São Nicolau começou quando foram encontrados os documentos da compra das terras. Anualmente, centenas de pessoas participam da missa, almoço e todas as programações das festividades. “É uma tradição forte. Um elemento pertinente da cultura popular rio-pardense”, afirma Kunsler. Outra mobilização que envolve o santo é em épocas de estiagem. Fiéis acreditam que tirar São Nicolau da igreja e levá-lo em procissão até outro templo faz com que a chuva venha e amenize os efeitos da seca. 

Publicidade

Mobilização

Além de ser um símbolo da presença indígena na história de Rio Pardo, a Aldeia de São Nicolau e a igreja guardam um importante capítulo para a comunidade negra rio-pardense. Pelo menos um século atrás, um grupo de 24 famílias negras se mobilizou para comprar uma área de 27 hectares atrás da igreja e do cemitério. Cada um contribuiu com o que podia na época. Mais tarde, os lotes foram distribuídos proporcionalmente à participação de cada um. Ainda hoje, o lugar é ocupado por descendentes dessas famílias.

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: Igreja São Francisco guarda tesouro em imagens

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: histórias e lembranças das quatro estações de Rio Pardo

Publicidade

VEJA TAMBÉM: VÍDEO: Matriz tem arquitetura eclética e muita história

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta