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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Violência doméstica pode aumentar durante isolamento

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A pandemia de coronavírus rapidamente causou uma série de mudanças sociais, inclusive na região. Apesar da necessidade de que as pessoas fiquem em casa para evitar o contágio por Covid-19, o isolamento social pode ter efeitos colaterais.

No Brasil, a média diária de chamadas para o Ligue 180, canal que recebe denúncias de violência contra a mulher, aumentou cerca de 8% no período de 17 a 25 de março, na comparação com os primeiros 15 dias do mês. Os dados são do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).

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Conforme a vice-presidente do conselho, a advogada Nicole Weber, as conselheiras já acompanham casos em Santa Cruz desde a semana passada. “Aproximar as pessoas que já estão com alguma tensão familiar pode aumentar não só os casos de violência contra a mulher, mas também do abuso infantil, que acontece em momentos em que as crianças estão em casa e não estão na escola.” Para ela, o ideal é que as vítimas procurem as autoridades, liguem para o 190 e registrem, em casos extremos buscando até se abrigar na casa de familiares ou na Casa de Passagem.

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Vizinhos e familiares devem contribuir

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Durante este período, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) está atendendo e registrando somente casos muito graves, mas situações de violência domésticas podem ser registradas na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), conforme a delegada titular da Deam, Lisandra de Castro de Carvalho.

Os registros também podem ser feitos pela Delegacia Online, incluindo casos de descumprimento de medidas protetivas. Basta entrar no site www.delegaciaonline.rs.gov.br, clicar em “registre sua ocorrência” e seguir o passo a passo. No entanto, nos casos de crimes graves e estupro, havendo necessidade de solicitar medida protetiva de urgência, é necessário ir até a delegacia mais próxima e registrar presencialmente.

Conforme a delegada Raquel Schneider, da DPPA, no local ocorre rodízio de pessoal em função da necessidade de prevenção do coronavírus. “No momento, procuramos ter sempre uma mulher na equipe para esses atendimentos. Quando voltar ao normal o trabalho, voltará com os atendimentos específicos e possibilidades de agendamentos”, explica. Ela reforça que o registro online pode ser feito em todos os casos que a vítima não deseje pedir o afastamento do agressor do lar ou que entenda não ser necessário porque não residem mais juntos.

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Causas

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, comenta o que pode estar por trás das estatísticas e dos fatos. “Se por um lado nos afastamos voluntariamente do convívio social, por outro nos expomos a um excesso de convívio familiar. Que em alguns, despertou o sentimento de confinamento, de exclusão, exacerbando a agressividade, que antes era liberada de forma criativa, nas relações e programas sociais.”

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A especialista aponta que são vários os estudos que associam o retraimento social a perturbações internalizadas como ansiedade, fobias, hipocondria, TOC, depressão, ideação suicida e agressividade. “É de suma importância a interação social para o desenvolvimento dos laços afetivos, do prazer da companhia, do desenvolvimento cognitivo, para a introjeção das normas e leis sociais.”

“No excesso de convívio familiar, crianças com escolas fechadas, estão contidas em ambientes reduzidos, na grande maioria em apartamentos; maridos e esposas estão dividindo. além do espaço físico, a dinâmica da casa com os filhos, no mesmo cenário. Isso potencializa os conflitos e confrontos que estavam latentes, tornando-os agora manifestos”, explica Roselene.

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