Agronegócio

Chuvas provocam perdas na colheita de noz-pecã, porém qualidade é garantida

A colheita de noz-pecã já se iniciou. A abertura oficial da safra ocorreu no dia 11 de abril, no município de Glorinha. O processo se estende durante todo este mês e vai adentrar o início de junho. Mas segundo estimativas, deverá haver redução na produtividade pelo excesso de chuva durante o período da floração na primavera do ano passado, em que a polinização foi prejudicada.

O assistente técnico da Emater – Regional de Soledade, o engenheiro agrônomo Vivairo Zago, explica que outros fatores também influenciam, como a restrição de radiação solar no outono e inverno do ano passado, o que afetou a formação de gemas reprodutivas nos ramilhos. “Por conta disso, ocorrerá uma perda de cerca de 35% em relação à safra passada. Os ramos são pequenos onde ocorre o florescimento, a polinização e o desenvolvimento do fruto. E muitos deles estão com falhas, sem ter emitido flor”, diz.

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Apesar da quebra na safra, a qualidade do que está sendo colhido é boa, com média de aproveitamento de 54% da unidade. “Isso representa uma excelente qualidade. O tamanho das nozes também está relativamente superior a uma safra normal, característica apreciada pelos consumidores nacionais e externos”, acrescenta Zago.

Na região de abrangência da Regional da Emater com sede em Soledade, são 1.050 hectares de área plantada. Desse total, a metade está concentrada em Encruzilhada do Sul. No município, a perda deve ser de cerca de 45%, mas o rendimento está acima da média, com cerca de 54% da fruta. 

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Na região de Santa Cruz, são pouco mais de 80 hectares cultivados. Municípios vizinhos também contam com áreas menores, como é o caso de Rio Pardo e General Câmara, que têm cerca de 100 hectares cada. A expectativa é de que mais de 250 toneladas devem ser colhidas nesses pouco mais de mil hectares da regional de Soledade. 

Já no Estado – o Rio Grande do Sul é o maior produtor do País – há em torno de 7 mil hectares plantados por mais de 1,5 mil produtores cadastrados, que devem colher entre 4,5 e 5 mil toneladas. A maior área plantada está em Cachoeira do Sul – mais de mil hectares cultivados.

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O bom rendimento da amêndoa tem valorizado o produto, cuja parte comestível vem rendendo cerca de 53% da unidade. Desda forma, o quilo está sendo vendido a R$ 20,00, diferentemente de safras passadas, onde era possível adquirir o quilo por valores entre R$ 13,00 e R$ 15,00. 

“Essa cultura, embora precise de oito a dez anos para entrar em plena produção, representa uma alternativa de renda para as propriedades familiares. Pode ser cultivada em áreas com dificuldade de mecanização, mas demanda manejo durante todo o ano”, explica o engenheiro agrônomo da Emater.

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Ricardo Gais

Natural de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais, 27 anos, é jornalista multimídia no time do Portal Gaz desde 2023.

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