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Da Alemanha para Santa Cruz: jovem alemã compartilha experiências com estudantes

Entre os imigrantes que chegaram ao Brasil em 1824 e à colônia de Santa Cruz a partir de dezembro de 1849, uma das primeiras necessidades foi proporcionar educação aos filhos. Afinal, além de conhecer o idioma da terra nova, era preciso aprender para seguir em frente. Se no passado esse sentimento deu origem às primeiras escolas comunitárias, nos dias de hoje, em um mundo hiperconectado, estudar e conhecer coisas novas segue como algo indispensável para as atuais gerações. E no futuro não será diferente, pois o conhecimento é o passaporte para o desenvolvimento, independentemente da atividade profissional a ser desempenhada.

Foi isso que trouxe a jovem alemã Marie Kneilmann a Santa Cruz do Sul. Natural de Osnabrück, no Norte da Alemanha, aos 19 anos ela se prepara para cursar Medicina na universidade. Antes, porém, resolveu dedicar um ano após a conclusão do ensino regular para viver novas experiências culturais. Além do Rio Grande do Sul, ela vai passar por Manaus, Uruguai e Nova York. O fato de conhecer uma região de colonização alemã deixou Marie impressionada. Primeiro, ela não imaginava que encontraria cidades tão bem organizadas, como Santa Cruz.

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E, segundo, a jovem viu que existe um outro Brasil além do estereótipo do samba, futebol e florestas. Da terra da Oktoberfest Marie já tinha referências, pois conhece uma santa-cruzense que estuda em sua cidade. Porém, as ruas largas e arborizadas, as construções e as belezas arquitetônicas lhe causaram surpresa. “Fiquei impressionada com a cidade. Tem um ar muito europeu e percebi que existe modernidade, bem ao contrário daquilo que costumamos ouvir falar fora do Brasil.

Vi que existem coisas muito parecidas com o que tem na minha cidade”, ressaltou. Sobre os prédios, ela contou que na cidade natal há muitas edificações centenárias. A casa onde vivem seus avós tem mais de 200 anos, revelou. Mas foi a educação local que a surpreendeu. Depois de visitar o Colégio Mauá no último dia 13, acompanhada de professores, ela foi até a Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias, no Bairro Ana Nery. Lá, foi recepcionada pela diretora Carla Kroth e a vice Carine Parnow, juntamente com a professora Luciani Vogt. Falando em alemão, a jovem compartilhou suas experiências com alunos brasileiros que também estudam o idioma.

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A escola Duque tem a disciplina no currículo. Marie contou aos colegas que todos seus estudos foram em escola pública e que, com a universidade, não será diferente. Ela incentivou todos a perseguirem seus objetivos e aproveitarem as oportunidades. A mensagem foi em meio a elogios para o que a escola oferece. Em uma das salas com tela interativa – são seis na escola –, Marie acessou imagens da sua terra, mostrou fotos e ainda apresentou a futura universidade. Ao final, disse que por melhor que a rede pública alemã seja, não dispõe de tanta tecnologia.

Para Marie Kneilmann, ver o que existe em uma cidade formada a partir de imigrantes vindos da Alemanha foi uma experiência muito enriquecedora. Isso porque permitiu que ela entendesse, quase dois séculos depois, que o processo iniciado muito antes trouxe resultados e está contribuindo para a formação de novas gerações de estudantes e futuros profissionais.

Arroz, feijão e cuca

A educação e as vivências marcaram a vinda de Marie Kneilmann a Santa Cruz. Depois de compartilhar aspectos ligados ao seu país, ela também ouviu dos alunos e professores algumas questões. Uma delas estava relacionada à comida. A jovem, que pretende se dedicar à Neurologia, contou que gostou da comida local e elogiou a combinação de arroz com feijão. E a cuca? Segundo ela, a santa-cruzense é boa, mas a alemã genuína é especial.

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O fato de estar em uma terra de descendentes de imigrantes também marcou a sua viagem. A Catedral São João Batista foi muito elogiada em razão de sua imponência e conservação. Segundo Marie, na sua terra existem construções com estilo parecido, o que ajuda a reforçar a conexão entre os dois lugares.

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Edição
: Dejair Machado (dejair@gazetadosul.com.br)
Textos: Dejair Machado, Marcio Souza, Marisa Lorenzoni e Romar Beling
Diagramação: Rodrigo Sperb

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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Carina Weber

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