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Preso há um ano, Lersch tenta anular processo

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Lersch (à direita) foi condenado pelos crimes de concussão e coação de testemunhas

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Na semana em que a prisão de Paulo Lersch completa um ano, os advogados do ex-vereador de Santa Cruz do Sul se preparam para pedir ao Tribunal de Justiça a anulação do processo. A alegação é de que provas que poderiam ser exploradas pela defesa só foram levadas ao Judiciário pelo Ministério Público após a condenação.

Lersch foi o primeiro alvo da Operação Feudalismo, que vem revelando uma série de casos de “rachadinha” (captação de salários de servidores) na Câmara de Santa Cruz. No caso de Lersch, ele foi acusado de apropriar-se de cerca de R$ 60 mil ao longo de um ano. A prisão preventiva foi decretada no dia 5 de junho do ano passado, após o MP apresentar evidências de que, quando tomou conhecimento da investigação, Lersch passou a pressionar e ameaçar testemunhas, o que ele nega. Sua condenação em fevereiro, porém, incluiu o crime de coação no curso do processo.

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Conforme o advogado Ezequiel Veterotti, que assumiu a defesa há três meses, é possível que esses materiais contenham evidências que corroborem a versão de Lersch, o que afetaria a sua pena e afastaria a prisão preventiva. As interceptações, de acordo com Vetoretti, incluem 170 ligações de Lersch e 649 ligações do ex-assessor Carlos Henrique Gomes da Silva, que também foi condenado. “A lei determina que o conteúdo integral das interceptações tem que estar nos autos do processo. E essas ligações podem vir a confirmar a tese do réu, de que não coagiu ou ameaçou testemunhas. Ou seja, pode ter havido um prejuízo ao réu”, disse.

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Barin argumentou que os teores das interceptações telefônicas foram confirmados pelos interlocutores, inclusive por Lersch e por Carlos Henrique, e que a condenação se baseou em toda a investigação. “Os réus foram condenados por todos os elementos de prova e não por alguma interceptação ou por teor contido nos telefones celulares”, afirmou.

Promotor Érico Barin

O promotor alegou ainda que uma nulidade só pode ser declarada se for comprovado um prejuízo ao réu – o que, na sua avaliação, não aconteceu. “Não houve prejuízo algum, em nenhum momento, tanto que nada foi alegado em termos de nulidade, durante todo o processo. A vingar o argumento, bastará que qualquer réu, depois de condenado, alegue nulidade anterior e pretenda a desconstituição da sentença”, criticou.

A defesa de Lersch também tenta reverter a prisão por meio de um novo habeas corpus que já foi ajuizado.

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O QUE A DEFESA ALEGA

Celulares

Em maio do ano passado, dias antes da prisão de Paulo Lersch, foram apreendidos os celulares dele, de sua mãe Nersi Ana Backes e do então assessor Carlos Henrique Gomes da Silva. Os aparelhos foram encaminhados ao Núcleo de Inteligência do Ministério Público (Nimp), em Porto Alegre, onde foram submetidos a perícia. Após concluir que ali não havia informações relevantes para o processo, o órgão devolveu os celulares à Promotoria no início de julho. Os aparelhos, porém, só foram juntados ao processo judicial em março deste ano, um mês após sair a condenação de Lersch.

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Interceptações telefônicas

Ao solicitar acesso às interceptações telefônicas realizadas pelo Ministério Público, a defesa constatou que apenas parte das gravações estava juntada ao processo. O material só foi apresentado na íntegra à Justiça esta semana. Segundo os advogados, em função disso tanto a defesa quanto a própria Justiça deixaram de ter acesso a centenas de conversas antes do julgamento.

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