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Santa Cruz deixa para trás 1.148 dias na terceira divisão gaúcha

Santa Cruz obteve o acesso de forma invicta e agora vai em busca do título

Após a confirmação do retorno à Divisão de Acesso, o Santa Cruz vai iniciar a disputa pela taça do Campeonato Gaúcho da Série B nesta quinta-feira, em Passo Fundo, diante do Gaúcho. No último sábado, o empate com o São Borja em 1 a 1 nos Plátanos confirmou a vaga na final e a aguardada promoção ao segundo nível do futebol gaúcho. O apito final foi marcado por muita emoção pela direção, comissão técnica, jogadores e torcedores.

A primeira manifestação nos microfones da Rádio Gazeta FM 107,9 foi a do presidente Tiago Rech. “Coisa linda. Isso é só o início, torcedor”, disse com a voz embargada. Na sequência, foi a vez do vice-presidente Luiz Carlos Vitiello desabafar. “Tive o trabalho de contar. O Galo ficou 1.148 dias nesse inferno que é a terceira divisão. Nunca pensei que o Galo iria voltar tão forte. Houve uma mobilização de ex-diretores, do conselho, dos torcedores. Eu não sabia que a gente tinha tantos. Não para de entrar ingresso virtual no Pix”, declarou. Para Vitiello, a queda do Galo teve um lado positivo. “O clube beijou a lona, se levantou e vem com uma força incrível. Lanço um desafio. O maior candidato a subir para o Gauchão em 2022 é o Galo. É um clube sem dívidas e vai trabalhar seis meses para voltar à primeira divisão. Podem me cobrar”, complementou.

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Conforme o diretor de futebol, Lairton Falcão dos Reis, o Santa Cruz está voltando aos poucos ao patamar em que já esteve. Em 2013, ano do centenário, o Santa Cruz disputou o Gauchão pela última vez. “O trabalho da diretoria foi árduo, com muita organização e dedicação. Sempre com os pés no chão. Muitas vezes a gente abre mão da família para estar no clube”, resumiu. Reis aproveitou para alfinetar o técnico Fabiano Daitx, que havia manifestado torcida para o São Borja. “Ele esteve em um programa de televisão e disse que estava torcendo muito contra nós. Que o São Borja faria o crime. Ele pode continuar torcendo contra porque não foi dessa vez. Desejo sucesso na carreira, mas bem longe do Santa Cruz”, disparou.

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Santa Cruz superou o São Borja para subir
Foto: Vinícius Molz Schubert/FC Santa Cruz

Para o diretor de futebol, Miguel Schuck, o acesso foi um merecimento pelo trabalho desenvolvido. “Estamos fazendo tudo de forma correta, honesta e digna. Temos mais um passo que é a conquista do título. Faremos o possível para alcançar”, avaliou. Schuck salientou a manutenção da base campeã da Copa FGF em 2020 como um fator decisivo para o sucesso na campanha. “A gente entrou forte, acrescentamos mais jogadores para dar qualidade ao elenco e conseguimos atingir o objetivo da temporada com muito mérito. Não vamos ter fôlego financeiro para defender o título da Copa FGF, mas não faremos loucuras. Estamos cientes das responsabilidades financeiras e queremos fazer um time competitivo para o ano que vem”, enfatizou.

O presidente Tiago Rech analisou a trajetória do Santa Cruz neste ano. Primeiro, a eliminação na Copa do Brasil com um empate em 0 a 0 diante do Joinville nos Plátanos. “Fiquei com o coração apertado, com muita tristeza pela forma pela qual fomos eliminados. Mas, deu para ver que o time tinha qualidade, que tinha condições. Se a gente mantivesse o grupo, eu tinha certeza que chegaríamos ao acesso. E conseguir o objetivo de forma invicta, eu só tenho a agradecer aos colegas de direção, comissão técnica, jogadores e torcedores”, exaltou. Rech definiu o 26 de junho de 2021 como um dos dias mais felizes da vida. “Assumi o clube em 2019, conquistamos o primeiro título em 2020 e podem ter certeza que vamos montar time para ganhar a Divisão de Acesso no ano que vem. O Galo não é clube para estar na terceira divisão. Temos estrutura, profissionalismo e organização. O futebol coroou um time que tem projeto e trabalho. Com pessoas sérias, comprometidas e que amam o Santa Cruz”, acrescentou.

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O pai de Tiago, o médico Carlos Rech, é o maior suporte do presidente. Em 2014, ele chegou a pedir um empréstimo para pagar a folha salarial do elenco. “Ele está sempre do meu lado, sempre me apoiando nas dificuldades. Ele até era contra o meu retorno à presidência. Mas eu disse que seria diferente e ele acreditou. Minha mãe e meus irmãos também me deram todo o suporte. Agora o torcedor do Galo pode vestir a camisa com orgulho, pode celebrar. Esse time é grande, é lindo e vai muito além”, relatou. Rech revelou que conversa bastante com o presidente do Gaúcho, Guto Ghion Júnior. “Em todo jogo, a gente dá boa sorte um para o outro. Agora vamos se enfrentar. Acredito que são os clubes com mais estrutura. Merecem estar na final. Serão bons jogos e temos condições de conquistar o título e desfilar no caminhão dos Bombeiros”, brincou.

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Tiago Rech vibrou com o objetivo alcançado
Foto: Vinícius Molz Schubert/FC Santa Cruz

Rech citou o quarteto fantástico, formado em 2018, com ele, Luiz Carlos Vitiello, Miguel Schuck e Lairton Falcão dos Reis. “Ainda temos o auxílio do gerente de futebol, Sérgio Luis Lima Vieira, e do supervisor de futebol, Luiz Carlos Marques. Mas tenho que agradecer a todos os conselheiros, a todos que nos apoiam, inclusive os patrocinadores. As empresas nos deram um grande auxílio. Formamos uma grande família de pessoas que amam o Santa Cruz”, finalizou. O presidente adiantou o salário dos jogadores por meio da cota obtida pela participação na Copa do Brasil e já quitou a quantia destinada como premiação. Com a condição financeira estável, a intenção do Santa Cruz é disputar a elite gaúcha em 2023. Rech ainda sonha em ser escolhido o torcedor símbolo do ano no Fifa Fan Awards, por sua trajetória de torcedor solitário a presidente do clube do coração.

Na visão do gerente de futebol, Sérgio Luis Lima Vieira, o Serginho, o momento atual do Santa Cruz é de satisfação para que tem uma relação próxima com o clube. “Já fui atleta, tenho uma história aqui. Tenho que agradecer. As pessoas com as quais convivo foram presidentes e diretores quando eu ainda jogava. Me sinto gratificado por contribuir com minha experiência para a retomada. Tive o privilégio de participar das melhores campanhas do Galo. Desde 2019, estou no quadro diretivo do profissional. Foi um ano de dificuldades e aproveitamos o trabalho realizado na base. Tivemos uma continuidade e temos meninos formados na base que estão no elenco”, sublinhou.

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A prefeita Helena Hermany acompanhou a partida no estádio. Para ela, o Santa Cruz nunca poderia ter caído para a terceira divisão. “Nós apostamos e torcemos. Agora temos certeza que o Galo vai fazer um excelente papel na Divisão de Acesso. Vai encarar o desafio de estar novamente na primeira divisão. Quando ninguém apostava, o presidente Tiago Rech estava lá, sempre firme, torcendo e incentivando. Deixo os parabéns a todos, principalmente ao presidente, que nunca esmoreceu. Ele sempre lutou, com fé e confiança”, comentou.

Para o vereador e ex-dirigente Hermany Hermany, a obtenção do acesso é fruto de um trabalho realizado pela direção com o foco de colocar o clube novamente na primeira divisão. “É muito gratificante e emocionante vivenciar isso. Estive em São Gabriel, na queda de 2018. Agora estou aqui presenciando o retorno”, sublinhou.

Laion marcou o gol do acesso nos Plátanos
Foto: Vinícius Molz Schubert/FC Santa Cruz

O ex-presidente Irineu Roesch saudou os torcedores pelo retorno do Galo à Divisão de Acesso. “Tivemos anos negros, mas isso faz parte. Estamos felizes e temos que aplaudir a direção, a comissão técnica e os jogadores. O Santa Cruz vai voltar para onde não deveria ter saído. Está no caminho certo. Vamos reviver as grandes campanhas”, disse.

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Herói da partida de volta, com uma defesa espetacular após um bomba de Douglas Alemão no canto esquerdo, o goleiro Diego Duarte agradeceu a Deus pela inspiração no lance decisivo. “A gente não esperava menos do que foi. A gente sabia que seria muito disputado. Mas conseguimos sair com o acesso porque o clube é merecedor. Colhemos tudo o que plantamos”, frisou. O lateral Otávio voltou ao clube após uma passagem apagada em 2017. Desta vez, as atuações renderam elogios. “Recebi força para vir. Várias pessoas apostaram em mim. É gratificante voltar e ajudar a dar essa vaga ao Galo. Aqui tem profissionais, que trabalharam com muita dedicação. Nada foi em vão”, apontou.

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