Comemorado no primeiro domingo de junho, o Dia Nacional do Vinho é celebrado neste dia 6. Um dos maiores casos de sucesso da indústria vinícola gaúcha e brasileira, a Famiglia Valduga é o exemplo de um empreendimento da área que teve a visão de unir a produção e o turismo. Com vinhos e espumantes premiados internacionalmente, a empresa festeja o aumento pela procura das bebidas no território nacional, provando que os investimentos na área dão bons resultados.
Com propriedades na região desde o ano 2000, o grupo aposta na viticultura e no enoturismo em Encruzilhada do Sul e pretende explorar o potencial do município futuramente com a abertura de uma loja, um restaurante e uma pousada junto à fazenda. E Santa Cruz do Sul não fica de fora do radar da Casa Valduga, que investe agora no projeto de abertura de lojas próprias.
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Apesar dos prejuízos causados pela pandemia de Covid-19, o ano passado foi de alta para o mercado no Brasil. Com a elevação da cotação do dólar e o encarecimento das importações, muitos brasileiros apostaram nos vinhos nacionais. “Em 2020, o mercado de vinhos brasileiros teve a oportunidade de entrar nos lares e se apresentar aos amantes da bebida, comprovando a alta qualidade dos rótulos brasileiros e sendo uma ótima opção na mesa do consumidor”, conta o presidente do Grupo Famiglia Valduga, Juarez Valduga. O maior destaque foi para os vinhos tintos, mas os espumantes e os vinhos brancos também tiveram aumento na procura.
Um dos reflexos da busca por produtos nacionais foi o aumento nas vendas em 2020, principalmente em canais como ecommerce e televendas. Com o retorno gradual das atividades, também foram necessárias algumas medidas, como ampliar as lojas, mudar os formatos de atendimento, investir em diferentes tecnologias e aumentar o número de colaboradores, movimentando assim a economia local e gerando empregos. Só para o período da Vindima, foram necessárias 20 contratações, focadas exclusivamente em colheita e vinificação.
Preocupação também em ser sustentável
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No local, os visitantes podem desfrutar de programações como cursos de degustação, visitações pelos vinhedos e vinícolas, almoços e jantares harmonizados e degustações temáticas com vinhos e espumantes ícones. Preocupada com as questões de sustentabilidade, a Pousada Casa Valduga introduziu algumas práticas visando o aproveitamento racional dos recursos, como geração de energia solar, uso racional da água e cultivo orgânico de hortaliças e temperos.
Por conta da pandemia, as atividades turísticas foram adaptadas à situação, com ampliação de espaços de atendimento, visitações diárias com número reduzido de pessoas em cada grupo e medidas de prevenção e proteção adotadas em todo o complexo. As pousadas operam com 50% da capacidade, conforme as normas estaduais, e todos os hóspedes recebem um cuidado especial, contando inclusive com café da manhã nas suítes.
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A expectativa da companhia para o período pós-pandemia é seguir investindo na produção e no turismo, lado a lado. “A expectativa do Grupo Famiglia Valduga é corrigir e melhorar cada vez mais o que somos e fazemos, lançando rótulos inovadores e de alta qualidade, para que os vinhos brasileiros se tornem cada vez mais os preferidos dos brasileiros”, diz Juarez Valduga.
No turismo, com as restrições à circulação e às viagens ao exterior, a expectativa é que os roteiros brasileiros sejam favorecidos. “Temos a convicção de que esse período oportuniza ainda mais aos municípios gaúchos abrirem as portas ao turismo. O Rio Grande do Sul tem um grande potencial turístico, cada região à sua maneira, mas precisa ser mais explorado, viabilizando assim o turismo regional.”
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AJUDA DO CLIMA
Também é um fator positivo a ajuda do clima nas últimas colheitas, tanto em termos de produtividade quanto na qualidade do produto. O cultivo ocorreu normalmente – mesmo com a pandemia, as equipes envolvidas diretamente tiveram todos os cuidados necessários. Na safra histórica de 2020 houve destaque para os vinhos tintos, mas 2021 foi um ano importante para os vinhos brancos e espumantes.
“O clima vem se comportando de forma adequada e nossa colheita em 2021, principalmente para vinhos base de espumante e brancos, nos surpreendeu. Conseguimos uma maturação aromática perfeita, preservando as características da fruta e uma acidez marcante, que é essencial para a elaboração pelo método champenoise”, detalha Juarez Valduga. O método, mais tradicional, é de produção quase artesanal, proporcionando resultado diferente dos espumantes elaborados pelo método Charmat, que produz uma bebida mais refrescante, enquanto o tradicional oferece mais estrutura e complexidade.
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Região recebeu investimento no ano 2000
Desde o ano 2000 a Valduga está presente no Vale do Rio Pardo, com uma fazenda em Encruzilhada do Sul. Conforme Juarez Valduga, o município possui um microclima extremamente favorável, com condições de relevo que possibilitam o uso de tecnologias agrícolas e mecanização dos processos. O local tem hoje aproximadamente 70 funcionários que atuam diariamente na viticultura e no enoturismo. A produção anual chega a quase 1.250 toneladas de uvas.
“Desde o início acreditamos no potencial turístico de Encruzilhada e buscamos a mesma vocação do Vale dos Vinhedos – o bem receber, apresentando nossos produtos e a fazenda. Geograficamente é uma cidade bem localizada, perto da capital gaúcha e, num futuro próximo, teremos não só a loja, mas também restaurante e pousadas”, conta. Numa área de cerca de 120 hectares, são cultivadas as variedades Arinarnoa, Marselan, Pinot Noir e Gewurztraminer.
Parte dos hectares pertencentes ao Grupo Famiglia Valduga na região da Serra do Sudeste é destinada a pesquisas de adaptação e desenvolvimento de novas variedades. O enólogo e sócioproprietário João Valduga, após anos como pesquisador da Embrapa, aplica seu conhecimento e acompanha pessoalmente o desenvolvimento dos parreirais. As variedades em testes são Cabernet Sauvignon, Malbec, Chardonnay, Viogner, Touriga Nacional e Syrah.
No caminho para a propriedade em Encruzilhada do Sul, Juarez Valduga conta que Santa Cruz do Sul se tornou uma parada obrigatória. “A estrutura invejável contempla não só a cultura alemã da região, mas também as belezas naturais e a alta gastronomia. Particularmente, é uma cidade referência para mim, que acredito no potencial turístico do interior do Rio Grande do Sul. Sou um entusiasta do turismo rio-grandense e Santa Cruz do Sul é uma cidade modelo, com a cultura enraizada na arquitetura e na gastronomia, onde os moradores acolhem os visitantes com muita receptividade.”
Atualmente a Valduga trabalha em um projeto de lojas próprias, com a primeira unidade em Gramado, na Serra Gaúcha. No entanto, a abertura de um dos espaços no Vale do Rio Pardo não está descartada. “Certamente, se houver a oportunidade de abertura de lojas próprias no interior, Santa Cruz do Sul estará no topo de nossa lista, sendo uma das cidades do Rio Grande do Sul que mais prestigia a Casa Valduga”, afirma o presidente do Grupo Famiglia Valduga.
HISTÓRIA
A história da Casa Valduga começa no fim do século 19, em 1875, quando o primeiro imigrante da família desembarcou no Brasil vindo da cidade de Rovereto, no Norte da Itália. Os primeiros parreirais foram cultivados onde hoje é o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Passados 140 anos, quatro gerações depois o patriarca Luiz Valduga idealizou o sonho de construir a melhor vinícola do Brasil. Aliando tradição às técnicas mais modernas de produção, a empresa aumentou seus investimentos em tecnologia e segue se destacando como vinícola familiar comandada pelos irmãos Erielso, Juarez e João Valduga, que junto com seus filhos continuam a transmitir a paixão pelo vinho. Atualmente presente em mais de 20 países, nos cinco continentes, a marca coleciona mais de 300 prêmios em concursos nacionais e internacionais e é prestigiada em países como França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Argentina. Mais informações sobre os produtos da Casa Valduga e as opções de visitas e hospedagens no complexo podem ser obtidas no site http://www.casavalduga.com.br/.
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